Ala 7 – Prontidão no Hemisfério Norte – Final

Na capital mais isolada da federação, com metade do seu território composto por áreas indígenas e infraestrutura precária de vias terrestres, a Ala 7 é a ponta da lança e a primeira linha de contato da FAB no Hemisfério Norte. Num local onde o pôr do sol marca apenas a metade do expediente, a Ala 7 é demandada nas 24 horas do dia nos acionamentos para a defesa do espaço aéreo, nas atividades de apoio às forças coirmãs e órgãos governamentais e nas missões de misericórdia.

Reação em cadeia

O acionamento do alerta na Ala 7 faz com que outras ações sejam deflagradas. É o que acontece com o ESD que se posiciona com a tropa e caminhões para fazer a chamada Medida de Controle de Solo (MCS). No caso de um provável pouso da aeronave interceptada pelo 1º/3º GAV, na Ala 7, e a ausência da Polícia Federal para fazer a abordagem, a FAB cumpre essa tarefa.

Foto: João Paulo Moralez

Os militares da equipe de MCS colocam em prática uma série de protocolos que vai desde a emissão de ordens para corte do motor e o desembarque dos ocupantes, até os procedimentos de verificação de documentos e revistas em buscas de conteúdo ilícito.

Os soldados são equipados com joelheiras, cotoveleiras, luvas táticas, pistola 9mm, fuzil HK33 5,56mm, escudo balístico e megafone.“O ESD de Boa Vista realiza duas ações previstas de Força Aérea. A primeira é a segurança das instalações que inclui o controle de acessos, guarda e segurança, ronda interna e vigilância eletrônica, incluindo o uso de drones.

Nas ações de Polícia da Aeronáutica, cumprimos o bloqueio e controle de vias, busca e apreensão, controle de trânsito, MCS, policiamento ostensivo, posto de segurança tático, emprego de cães de guerra, escolta motorizada, motopatrulhamento, guarda de presos e prisioneiros de guerra. A MCS está diretamente ligada à atividade do Poder Aeroespacial, pois ficamos em sobreaviso no mesmo momento que decola o alerta. É uma reação em cadeia”, interveio o tenente-coronel Salvatti.

A Companhia de Cães de Guerra possui as raças pastor alemão, pastor belga malinois e labrador para farejamento de drogas, busca de pessoas e para realizar a proteção da tropa.

Os demais armamentos incluem espingarda calibre 12 military pump, submetralhadora Taurus MT12 de 9mm, metralhadoras FN M971 MAG de calibre 7,62mm, metralhadora Browning .50, granada de bocal, espargidor de pimenta e colete balístico.

Eficiência plena

Operacionalidade e eficiência são alguns dos pilares da Ala 7. A razão para isso está na posição estratégica que ocupam as suas instalações.

“Dado o contexto operacional diário da Ala 7, levando em conta o seu isolamento e a baixa infraestrutura terrestre existente, faz com que treinamos e atuamos para suportar uma operação autossuficiente por um determinado período, até que possamos contar com suporte logístico vindo de outras regiões. Nós temos que dispor dessa capacidade e, por isso, nos preparamos para atuar em condições marginais, com degradação logística, de infraestrutura, de abastecimento. Nós estamos no extremo norte, na única capital de um Estado que está acima da linha do Equador.

Foto: João Paulo Moralez

Então, nós trabalhamos com índices de eficiência, ou seja, nossos tempos e movimentos são auferidos e com base no que é exigido e emanado por parte do COMPREP, que define o que é estar pronto e o que é a prontidão. Por exemplo, qual é o tempo desejável para que uma aeronave esteja preparada e pronta para uma missão? Com base em normas, a nossa missão é testar, constantemente, o funcionamento e a pronta-resposta do sistema”, De maneira imprevista, a Ala 7 aciona os chamados Planos de Reunião, em qualquer dia da semana (ou do final de semana) e hora e realiza verificações de preparo e prontidão. Essa é uma das maneiras checar a pronta-resposta do efetivo, que nessas ocasiões acaba recebendo também treinamentos que devem ser cumpridos com eficiência e excelência. “Abrangendo dessa forma, no amplo espectro, conseguimos identificar pontos de melhoria e confirmar se as nossas doutrinas estão de acordo com a realidade. É interessante notar que, nesses casos, invariavelmente, eu vou precisar de apoios fornecidos pela BABV, sendo que assim, de certa forma, eu acabo testando a prontidão dessa outra unidade”, concluiu o tenente-coronel.

A Ala 7 é um exemplo do que hoje, ocorre onde a FAB está presente. Num mundo com os orçamentos cada vez mais restritos, em que uma pandemia paralisa nações e economias em escala global e em que governos podem cair em questão de dias, a FAB mostra estar no rumo certo, mantendo-se um passo à frente, ou seja, como pronta-resposta a qualquer adversidade.

Confira aqui a primeira parte do artigo.

Confira aqui a segunda parte do artigo.

COMPARTILHE

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *