De 3 a 14 de novembro, o Comando de Operações Terrestres (COTER), o Centro de Adestramento – Leste (CA-Leste) e a Brigada de Infantaria Pára-quedista (Bda inf Pqdt) estiveram na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), para a preparação do tiro real de fração nível subunidade (SU), o Live Fire. O Home Station Training é o coroamento da etapa final de adestramento da SU Culminating, oriunda da Bda Inf Pqdt, e representa mais um passo no processo de certificação do adestramento da tropa que o Exército Brasileiro deu início em 2020. Cerca de 450 homens foram empregados no exercício, inédito no Brasil, sendo 170 militares da SU Culminating.
Em 2017, o Exército Brasileiro deu início ao Plano Conjunto de Atividades junto ao Exército Norte-Americano, denominado Operação Culminating. O principal objetivo é o aprimoramento da tropa, ao mesmo tempo em que o tiro real de fração no nível subunidade permite a aplicação de todos os armamentos orgânicos de uma SU em combate.
Durante os últimos 4 dias do ciclo de 2 semanas de preparo, a SU participou da emissão de ordens pela direção do exercício. Já no contexto geral da manobra, houve a execução do treinamento no terreno, com o tiro em seco e a utilização dos Dispositivos de Simulação de Engajamento Tático (DSET). No penúltimo dia, a tropa progrediu com a execução do tiro de festim.
Em 14 de novembro, realizou o Live Fire. Cerca de 25 mil tiros foram disparados e a progressão da tropa foi realizada com êxito. Ressalta-se a importância do planejamento técnico e da atuação dos observadores e controladores de adestramento (OCAs) do CA-Leste no exercício. Os OCAS progridem no terreno com a tropa, ao mesmo tempo em que atuam para a segurança dos homens, com o devido controle do armamento individual e coletivo.
Para além do Home Station Training, o major Tibério, Chefe da Divisão de Adestramento do CA-Leste, ressalta os avanços do Centro. “O CA-Leste teve início em 1996, como o primeiro núcleo de material de simulação do EB. Hoje, contamos com dois centros, Leste e Sul. Na América Latina, somos um dos únicos com a capacidade de fazer o adestramento final da tropa no nível batalhão”.
A experiência adquirida nos dias de adestramento da tropa fará parte das páginas do documento de Instruções Reguladoras de Tiro com o Armamento do Exército (IRTAEx) e da história da doutrina militar brasileira. “O EB quer implementar essas novas metodologias para o tiro. É um nível em que são incorporadas novas práticas de progressão estratégica da tropa e a utilização de armamentos em nível subunidade”, afirma o tenente-coronel Franzoni, Adjunto D3/ Estado-Maior da Culminating e responsável pelo treinamento.
O exercício foi dividido em 5 fases. Na 1ª e 2ª, a SU participou do assalto aeroterrestre e cumpriu as missões de conquista e manutenção de cabeça de ponte aérea. Na 3ª e 4ª fases, foram praticadas a infiltração aeromóvel e a ocupação e estabilização da área urbana de São José do Barreiro, interior de São Paulo. Na 5º fase, realizou-se o Live Fire.
Uma integração estratégica que representa um grande ganho para o Exército em termos de combate ofensivo e defensivo, segundo afirma o capitão Falcão, Comandante da Companhia. “Ao longo de 2 anos de preparo da tropa nos 7 exercícios Arroio, a tropa se mostrou coesa e comprometida com o sucesso da operação. Desenvolvemos táticas, técnicas e procedimentos e reforçamos a liderança, tão importante no meio militar”.
O exercício bilateral será realizado de 18 de janeiro a 21 de fevereiro de 2021, no Joint Readiness Training Center, em Fort Polk. Desta vez, a Subunidade Culminating será enquadrada pelas tropas aeroterrestres daquele país.
Uma associação importante e histórica, que possibilitou o estabelecimento de novos parâmetros, o avanço da simulação do Exército Brasileiro e a integração de todas as funções de combate dentro dos exercícios já executados, além do aprimoramento das forças de prontidão.
O Chefe do Preparo da Força Terrestre, general de divisão Affonso da Costa, acompanhou a atividade e salientou, com o devido reconhecimento, o grande ganho de adestramento com a execução de todas as funções de uma companhia, além do aspecto humano. “A realização e conclusão deste exercício evolui o nosso preparo e é também marcante, pois finaliza o adestramento dessa SU do Comando Militar do Leste. Entretanto, o mais importante é o lado psicológico, pois em um exercício como este, de alta intensidade, os militares podem exercer a liderança e estimular o espírito de corpo da tropa. A sua vida depende da vida do companheiro”, finalizou o general.
Fonte: AMAN
Fotos: cap Edvaldo e cb Estevam