Na última sexta-feira, dia 23, na Cidade de San Antonio, no Estado do Texas, Estados Unidos da América (EUA), foi encerrada a XXXVI Conferência Bilateral de Estado-Maior (CBEM), entre os Exércitos do Brasil (EB) e Estados Unidos (US Army).
Nesse evento, que iniciou no dia 19 de outubro, foram estabelecidos entendimentos de intercâmbio entre os exércitos dos dois países para o ano de 2021 e dar continuidade ao planejamento do próximo ciclo do plano de cinco anos.
Os Generais falam com a imprensa especializada
A delegação brasileira foi chefiada pelo o General de Brigada Otávio Rodrigues de Miranda Filho, 5º Subchefe do Estado-Maior do Exército (EME) e responsável pelos assuntos internacionais e diplomacia, que ao final do evento, em conjunto com o Major General Daniel R. Walrath, Comandante do Exército Sul dos Estados Unidos (US Army Soulth), concederam uma pequena entrevista a algumas mídias brasileiras, especializadas em defesa, e dentre elas Tecnologia & Defesa.
Na entrevista foram apresentadas informações sobre o planejamento das ações para os próximos cinco anos e, dentre elas, destacamos:
Em fevereiro de 2021, uma unidade composta por cerca de 200 militares da Brigada de Infantaria Pára-quedista (Bda Inf Pqdt) e a 82ª Divisão Aerotransportada (82nd Airborne Division), realizarão o Exercício Combinado Culminating, no Joint Readiness Training Center (JRTC), em Fort Polk, no Estado do Lousiana, EUA, para obter a certificação para de paraquedistas militares junto ao US Army. Essa será a primeira vez que um exército de uma país da América do Sul participa de um treinamento nesse centro.
E em contrapartida, em novembro do mesmo, uma tropa similar à brasileira enviada aos EUA, virá ao Brasil para a realização de um exercício similar na Região de Rezende, no Estado do Rio de janeiro, e obter a certificação junto ao EB.
O fato de o Brasil ter se tornado um aliado importante extra-OTAN (Major non-NATO ally – MNNA), facilita a parceria entre os dois exércitos, porem crise caudada pela pandemia de COVID-19 atrasou as operações em conjunto. “o Brasil está aberto a esse tipo de cooperação com outras nações”, disse o General Miranda Filho.
Os EUA não estão envolvidos na Operação Acolhida pelo fato de o Brasil não ter solicitado ajuda a países estrangeiros, mas “reconhece a necessidade, e apoia, a liderança brasileira em relação ao problema dos imigrantes venezuelanos”, disse o General Walrath. Atualmente, observadores do US Army participam como observadores e repassam a experiência brasileira como sugestão para serem aplicadas em situações semelhantes que ocorrem na sua fronteira com o México.
O General Miranda Filho afirmou que a questão orçamentária para a participação do EB nos eventos programados para os próximos cindo anos “já está acertada com todos os órgãos setoriais brasileiros”, não havendo problema de falta de verbas.
Outra questão muito importante (e delicada), referente a possibilidade de mudança do próximo Presidente dos Estados Unidos, em função das eleições que se aproximam, o General Walrath declarou que “não importa o resultado das eleições, ela não irá afetar o relacionamento entre os dois exércitos e os acordos firmados”.