Dentro do esquema de cooperação internacional do International Charter Space and Major Disasters e em suporte à missão Brasileira para atender o desastre da explosão em Beirute, na República do Líbano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) programou aquisição emergencial de imagens de alta resolução do satélite CBERS 04A.
No dia 11 de agosto foi entregue o primeiro produto com valor adicionado pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD) do Ministério do Desenvolvimento Regional ao Disasters Charter e que auxiliará a Missão brasileira em Beirute.
Programa CBERS
O Programa CBERS, acrônimo de China-Brazil Earth Resources Satellite ou Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, é o resultado de uma parceria entre o Brasil e a China, que, em 06 de Julho de 1988, assinaram um acordo envolvendo o INPE e a China Academy of Space Technology (CAST), inicialmente para o desenvolvimento de um programa de construção de dois satélites avançados de sensoriamento remoto, com câmeras imageadoras e um repetidor para o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA).
Os CBERS-1 e 2 são idênticos em sua constituição técnica, missão no espaço e em suas cargas úteis (equipamentos que vão a bordo, como câmeras, sensores, computadores entre outros equipamentos voltados para experimentos científicos). Os equipamentos foram dimensionados para atender às necessidades dos dois Países e também para permitir o ingresso no emergente mercado de imagens de satélites até então dominado pelos que integram o bloco das nações desenvolvidas.
Em 2002, foi assinado um acordo para a continuação do programa CBERS, com a construção de dois novos satélites, os CBERS-3 e 4, com novas cargas úteis e uma nova divisão de investimentos de recursos entre o Brasil e a China – 50% para cada país. Porém, em função de o lançamento do CBERS-3 ser viável apenas para um horizonte em que o CBERS-2 já tivesse deixado de funcionar, com prejuízo para ambos os países e para os inúmeros usuários do CBERS, o Brasil e a China, em 2004, decidiram construir o CBERS-2B e lançá-lo em 2007. O CBERS-2B operou até o começo de 2010.
Os satélites CBERS-3 e 4 representam uma evolução em relação aos satélites CBERS-1, 2 e 2B, pois possuem em seu módulo de carga útil quatro câmeras (Câmera Pancromática e Multiespectral-PAN, Câmera Multiespectral Regular-MUX, Imageador Multiespectral e Termal-IRS, e Câmera de Campo Largo-WFI) com desempenhos geométricos e radiométricos melhorados. A órbita dos dois satélites será a mesma que a dos CBERS-1, 2 e 2B.
O CBERS 3 foi lançado em 9 de dezembro de 2013, mas devido a uma falha ocorrida com o veículo lançador Longa Marcha 4B, o satélite não foi colocado na órbita prevista, resultando em sua reentrada na atmosfera da Terra.
Após a falha do lançamento, Brasil e China decidiram antecipar o lançamento do CBERS-4 – originalmente previsto para dezembro de 2015 – para dezembro de 2014.
Assim, em 07 de dezembro de 2014 o CBERS-4 foi lançado com sucesso da base de Taiyuan, localizada a 700 km de Pequim.
Para evitar ou minimizar a interrupção no fornecimento de imagens para os usuários de imagens do Programa CBERS, visto que, a vida útil projetada para o CBERS-4 é de três anos, Brasil e China assinaram, em 19 de maio de 2015, protocolo de desenvolvimento e lançamento de um novo satélite, o CBERS 04A. Mencionado Protocolo Complementar foi aprovado pelo Decreto Legislativo nº 142, de 25 de agosto de 2016 e promulgado pelo Decreto Presidencial nº 8.908, de 22 de novembro de 2016.
O satélite CBERS 04A foi idealizado a partir da disponibilidade de diversos equipamentos e modelos de voo reserva fabricados para os satélites CBERS 3 e 4, que, mediante ao êxito da integração e lançamento do CBERS-4, não precisaram ser utilizados. Porém, para o desenvolvimento do CBERS 04A, foi necessário a fabricação de alguns equipamentos e subsistemas.
O CBERS 04A foi lançado e colocado em órbita com sucesso dia 20 de dezembro de 2019, pelo foguete Longa Marcha 4B, a partir do Taiyuan Satellite Launch Center (TSLC), na China.
Fonte: INPE
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