Cemitério de navios militares em Landévennec (Vídeo)

Landévennec é ocupado principalmente por embarcações desmobilizadas pela Marine Nationale (Marinha Francesa).

O local escolhido possui uma pequena ilha na foz do rio Aulne, entre Saint Nazaire e Brest (Península da Bretanha).

FS Aconit D609 & FS Duguay-Trouin D611

Saint Nazaire tornou-se conhecida mundialmente como uma das maiores bases dos U-Boot alemães durante a Segunda Guerra Mundial, assim como Brest, tradicional porto/estaleiro e base naval francesa.

Como boa parte da indústria naval militar francesa está concentrada nessa região, os gestores do excedente militar daquele País escolheram Landévennec para ser usada como um “cemitério de navios”.

LOCALIZAÇÃO

Pouco antes de chegar a Brest e ao oceano, o rio Aulne forma uma curva ao redor da Ilha de Térénez e depois a ponta de Pen Forn, perto de Landévennec.

Esses locais apresentam águas com 10 metros de profundidade (pode receber navios de grande calado), independentemente da maré.

Com as altas colinas circundantes bloqueando os ventos, as águas são mantidas calmas, tornando a região ideal para a “estocagem” de navios e embarcações.

Existe também um cemitério de navios civis, mas o forte do negócio são os navios militares.

Uma estação naval foi criada nesse local por volta de 1840 para abrigar navios de frota de reserva e suas tripulações (totalizando quase 200 marinheiros).

Essa estação naval foi visitada por Napoleão III e pela imperatriz Eugénie durante sua viagem de agosto de 1858 à Bretanha.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a base foi usada pelos invasores alemães.

Foto recente com o cruzador Colbert já removido do local, restando dois navios patrulha.

Após a guerra, o local passou de uma base para navios de reserva mantidos em prontidão para navios desarmados deixados ali para outros fins.

Outros navios franceses desarmados foram usados ​​como quebra-mares antes do Castelo de Brest ou como navios de treinamento da Escola Naval de Lanvéoc-Poulmic, mas os deixados em Landévennec aguardam demolição ou são usados ​​para a prática de tiro em exercícios navais no mar.

O CRUZADOR COLBERT

O cruzador Colbert esteve armazenado em Landévennec por anos, constituindo-se em atração para curiosos navegando por aquelas águas.

Antes de ser enviado a Bassens para desmantelamento, foi alvo de invasões não autorizadas para a gravação de imagens em seu interior.

O cruzador de mísseis da Marinha Francesa C611-Colbert foi construído nos estaleiros de Brest entre 1953 e 1956.

Baseado em Toulon, esteve em serviço de 1959 a 1991 e participou notavelmente da Operação Salamandra durante a Guerra do Golfo.

Foi o sexto navio a receber o nome de Jean-Baptiste Colbert.

Serviu de 1956 a 1991, antes de ser convertido em um museu flutuante localizado em Bordéus, a partir de 1993.

Em Bordéus, como museu flutuante.

Em 2007, com o fechamento do museu, o Colbert fez a sua última viagem ainda como um cruzador, com destino ao cemitério de navios, ali permanecendo por 10 anos.

Após a estadia em Landévennec, o navio retornou a Bordéus para ser preparado e posteriormente desmantelado.

O Colbert navegava comandado por 25 oficiais, e operava com uma tripulação de 208 suboficias e graduados e 329 marinheiros

Seu armamento na fase cruzador de mísseis constava de lançadores para mísseis superfície-superfície Exocet (4 × MM-38); 1  lançador duplo de mísseis pesados antiaéreos Masurca (MArine SURface Contre-Avions); Canhões principais na proa 2 × 100 mm, Armas antiaéreas 12 × 57 mm; 12 × 12,7 mm.

O míssil Masurca era um sistema de mísseis superfície-ar naval de primeira geração desenvolvido e usado pela Marinha Francesa.

Planejado como o principal sistema de mísseis de defesa aérea da primeira geração de navios lançadores de mísseis guiados franceses, foi usado apenas a bordo das duas fragatas da classe Suffren e como um retrofit para o cruzador Colbert.

O sistema míssil Masurca do Colbert: dois mísseis prontos para disparo e mais mísseis podiam vir dos paióis automatizados, como nesta foto.

O DESMANTELAMENTO

O concurso lançado pela Marinha Francesa para a desconstrução do Colbert foi vencido por um grupo com sede em Bassens.

As instalações do porto de Bassens e as equipes especializadas que operam no local, atendendo aos requisitos de segurança, rastreabilidade e proteção ambiental, possibilitaram o desmantelamento, um contrato de milhões de euros.

A operação ocorre em duas etapas.

Um primeiro passo é limpar completamente o casco, trabalho realizado por empresas especializadas, incluindo operações de remoção de amianto (asbesto, altamente tóxico e cancerígeno).

Uma vez atingido esse estágio, o navio vai para à doca seca, onde será cortado antes que os materiais recuperados sejam reciclados.

 

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