No período de 11 a 18 de novembro, foi realizada uma expedição ao Pico da Neblina com a finalidade de trocar a bandeira do Brasil localizada no ponto mais alto do território nacional.
Com a participação de 37 militares de organizações subordinadas à 2ª Brigada de Infantaria de Selva (2ª Bda Inf Bld), do Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira (AM), de dois militares da Força Aérea Brasileira, de dois militares do Corpo de Bombeiros do Amazonas e de um civil convidado, a expedição teve início no dia 11 com o deslocamento aéreo para o 5º Pelotão Especial de Fronteira (5º PEF), em Maturacá (AM). Já no segundo dia, os militares partiram do 5º PEF, por meio de deslocamento fluvial, até a foz do Rio Tucano, onde iniciaram o deslocamento a pé até a base “Cachoeirinha”, com subidas, descidas e igarapés, o que dificultou muito o deslocamento de 7,2 km realizado em quatro horas.
No terceiro dia, o percurso de 14,8 km até a Base “Bebedouro Novo” foi completado, sempre com muitas subidas e descidas, em 11 horas. A equipe saiu de uma altitude de 134 m para 870 m. No dia seguinte, foi realizado um deslocamento até a base “Campismo”, o que totalizou 7 km em 8h e atingiu a altitude de 1600 m. Nesse local, a temperatura cai bastante durante a noite, ficando em torno de 10° C.
O quinto dia foi o “Dia D” da expedição. Após 1h20 de caminhada por um trecho com lama até o joelho, os militares chegaram a um local chamado “acampamento base”, cuja altitude é de 2050 m e onde é o início do “ataque ao pico”. A expedição seguiu para a subida propriamente dita pelo trecho mais íngreme de todo o percurso, tornando necessário o uso de cordas e escadas/correntes nos pontos mais difíceis para facilitar a escalada. A equipe enfrentou bastante chuva na subida, chegando ao cume completamente molhada. Com muito vento, uma temperatura por volta de 5°C e sensação térmica de 2° C, todos sofreram bastante com o frio, o que não lhes permitiu ficar mais do que vinte minutos no local, tendo em vista que alguns militares apresentaram um início de hipotermia e foi necessário envolvê-los em manta térmica.
Exatamente às 11h50, 26 bravos combatentes (dos 37 que iniciaram o percurso) atingiram o ponto mais alto do Pico da Neblina, com 2.995 m acima do nível do mar, para realizar a nobre missão de troca da bandeira mais alta do Brasil.
Segundo a 3º Sargento Daiane Moreno, única mulher da expedição e um dos membros que atingiram o cume, “a maior dificuldade foi no dia do ataque ao pico, pois no trajeto até a chegada lá em cima tinha uns obstáculos como se fossem de escalada e, como sou baixa, em alguns trechos não os alcançava, precisando da ajuda dos outros militares”, mas todo esforço foi recompensado pela sensação de dever cumprido:
“A sensação de chegar lá em cima é inexplicável; uma sensação maravilhosa; uma mistura de realização com dever cumprido; um momento único e muito gratificante. Eu me emocionei muito quando cheguei lá em cima; sou muito grata por essa oportunidade, pois são poucos os que tiveram a satisfação de ter participado da primeira expedição que fez a troca da bandeira no Pico da Neblina em marcha através da selva. Além disso, também há o prazer de representar o segmento feminino”.
Após mais dois dias de progressão através da selva, a equipe chegou à foz do Rio Tucano, retornando, por via fluvial, para o 5º PEF e realizando o embarque aéreo para São Gabriel da Cachoeira no fim da tarde do dia 18.
A expedição trouxe consigo não só a bandeira antiga, mas também momentos, histórias e experiências que se transformarão em inspiração para as expedições futuras.