- Em 2015, Operação Punhos de Aço executou ataque noturno com sensores termais
Por Kaiser David Konrad
Entre os dias 5 e 8 de outubro de 2015, a 6ª Brigada de Infantaria Blindada (6ª Bda Inf Bld) realizou a Operação Punhos de Aço, um exercício de conflito convencional, com emprego de blindados em formações táticas com objeto de decidir o combate para o escalão enquadrante, através de operações ofensivas.
O cenário consistiu num combate inserido numa hipótese de emprego fictícia, envolvendo distensões regionais surgidas pela posse de regiões de interesse comuns. No adestramento, entre as várias atividades desenvolvidas pela 6ª Bda Inf Bld, destacaram-se a mobilização de meios e deslocamentos táticos das unidades; ocupação de zona de reunião; estabelecimentos de ligações necessárias ao combate e de reconhecimentos junto à tropa em posição que apoiaria a ultrapassagem; emissões de ordens de operações em todos os níveis; sincronização da manobra no âmbito 6ª Bda e de todos os escalões subordinados; ensaios das matrizes de sincronização; aprestamento dos meios; entrada em combate; análise pós-ação e desmobilização.
Na oportunidade, de maneira pioneira, a “Brigada Niederauer”, com sede em Santa Maria (RS), realizou uma ultrapassagem com um subsequente ataque coordenado totalmente noturno, tendo o abandono da zona de reunião sido executado à 01:00 hora e o ataque lançado a partir de 04:00 horas, constituindo-se no primeiro ataque de blindados de uma Força-Tarefa Unidade (duas companhias) feito à noite no Exército Brasileiro.
Foi no Campo de Instrução Barão de São Borja (CIBSB), em Rosário do Sul, e contou com mais de 25% do efetivo total da 6ª Bda, com carros de combate Leopard 1A5, do 4º Regimento de Carros de Combate; viaturas blindadas de transporte de pessoal M113BR, do 7º e 29º Batalhão de Infantaria Blindado; obuseiros M108, do 3º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado; e meios de apoio do 4º Batalhão Logístico e unidades auxiliares. Estiveram presentes observadores do Exército Colombiano.
Em um VBTP M113BR foi instalado o sistema DVE (Driver Vision Enhancement), que permitiu uma visão termal frontal ao motorista e ao comandante do carro, possibilitando que pudesse ser guiado no terreno acidentado sem que fosse utilizada qualquer fonte de iluminação ativa.
No decorrer do exercício, enquanto a tropa progredia em direção ao objetivo, uma chuva torrencial caiu sobre a região, o que deixou a situação mais complexa e o deslocamento dos blindados mais difícil, condição que foi importante para comprovar a necessidade e importância do sistema empregado.
Ainda durante o exercício, o então comandante da 6ª Bda Inf Bld, general Fábio Benvenutti Castro, teve a oportunidade de testar o BTC Coral-CR, que é um sistema de observação e aquisição de alvos de longo alcance, cuja utilização foi fundamental no contexto das operações noturnas ao propiciar uma consciência situacional ampliada e em tempo real do terreno, sendo fundamental para tomada de decisões táticas ao poder acompanhar o desdobramento da sua Força Tarefa, além da capacidade de localizar, identifi car e designar alvos inimigos, de forma passiva, com os subsistemas de telêmetro e designador laser incorporados ao dispositivo.
A edição inédita da Operação Punhos de Aço, conduzida pela Brigada de maior poder de fogo do Exército Brasileiro, foi particularmente significativa para exercitar e demonstrar as novas capacidades necessárias às operações no moderno campo de batalha, onde adquirir informações precisas através de sensores optrônicos, tendo a vantagem tática de poder localizar o inimigo primeiro – e sem ser visto por ele -, mostrando que o combate, seja ele convencional ou assimétrico, pode ser decidido à noite e em qualquer condição meteorológica, pois as operações militares de hoje e muito mais as de amanhã, requerem avançados recursos tecnológicos, com comunicação e informação em tempo real, furtividade, rapidez e precisão no desfecho da ação, não importa o tipo de missão.
Uma resposta
Hoje, na atualidade, veículos blindados sem visão noturna passiva de no mínimo 2° geração e termal estão fadados a serem inúteis no campo de batalha, salvo em situações específicas.
Triste realidade para nosso cascavel, sem visão noturna, termal, canhão estabilizado e sistema de controle de tiro, estaria melhor se fosse usado durante a segunda guerra mundial.