O Instituto Histórico Militar Marquês do Herval (IHMMH) nasceu no Rio de Janeiro em 1º de março de 2019, aniversário de 149 anos da Batalha de Cerro Corá, última batalha da Guerra do Paraguai, e foi idealizado e fundado pelo professor e jornalista Rafael Sayão Lobato Cilento.
Tem o objetivo de cultuar e propagar o civismo entre os cidadãos comuns através da preservação e divulgação da história militar brasileira. Tendo a juventude como principal público-alvo, a proposta de trabalho do Instituto é popularizar o conhecimento da
história e da cultura militar do país, até então restrita ao ambiente acadêmico e as organizações militares, até o brasileiro comum.
O IHMMH nasceu em um cenário, onde as escolas brasileiras se transformaram, em sua maioria, em centros de doutrinação política e ideológica e de instrumentalização do ensino para fins partidários, onde valorosos momentos da história brasileira passaram a ser estrategicamente negligenciados nas salas de aula e subtraídos dos currículos e materiais didáticos.
Foi neste complexo teatro de operações, onde uma guerra de narrativas impera e os currículos escolares são direcionados com o propósito de denegrir a história do país e dos verdadeiros heróis brasileiros, que opera o Instituto Histórico Militar Marquês do
Herval, defendendo a proposta de que o conhecimento da história militar brasileira e de seus soldados-cidadãos, desperta e resgata valores cívicos, morais e patrióticos valiosos para o país.
Composto por professores universitários, historiadores, militares, profissionais liberais e entusiastas do tema, o Instituto recebe associados voluntários de todo o Brasil e está aberto para todos que tenham interesse pelo tema e estejam alinhados com as propostas da instituição.
Justificativa
Em 9 de abril de 1942, o artigo 1º da ‘Lei Orgânica do Ensino Secundário’ já mencionava entre as finalidades do ensino, elevar a “consciência patriótica e humanística” dos estudantes.
Em 1961, a Lei de diretrizes e bases do ensino nacional instaurava a “formação moral e cívica do aluno através de processo educativo”. Finalmente, em 1971, a Lei nº 5.692/71 formalizou o ensino de ‘Educação Moral e Cívica’ na educação básica do País. Contudo, a
disciplina foi extinta no início dos anos 90, pois hoje, segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais, a proposta é diferente.
Segundo o documento elaborado pelo Ministério da Educação, ‘Ética e Cidadania – Construindo valores na escola e na sociedade’, a função da escola também é participar da formação moral dos estudantes. Esta mudança então justifica que a temática não deve ser tratada de forma individual, por cada professor, mas sim deve ser objeto de reflexão da escola como um todo.
Tal postura fez com que os conteúdos fossem sendo suprimidos e, de forma voluntária ou involuntária, apagados. Hoje podemos listar um grupo pífio de escolas que mantém o hábito de cantar uma vez por semana o Hino Nacional, mesmo que isso contrarie a Lei Nº 12.031, de 21 de setembro de 2009 que determina a obrigatoriedade da execução semanal do Hino Nacional nos estabelecimentos de ensino fundamental.
Acreditamos que a proposta de desequilibrar a disputa política e estabelecer uma narrativa específica tornou-se uma realidade na educação básica brasileira. O direito de conhecer a história de seu país, sem o suprimento ou deturpação de fatos específicos, é garantido ao aluno da educação básica, seja à luz da Constituição Federal – pois a doutrinação ideológica em sala de aula e nos livros didáticos representa um claro cerceamento da liberdade de aprender por ela assegurada (art. 206), seja à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbe qualquer forma de exploração dos indivíduos pertencentes a essas duas categorias.
O ensino da história do Brasil, preservando a fidelidade dos fatos, encontra-se comprometido, pois asuniversidades não param de produzir professores que se julgam investidos da missão exclusiva de despertar a “consciência crítica” dos alunos, fazer deles “agentes de transformação social” e com o objetivo de “construir uma sociedade mais justa”, negligenciando para isso o verdadeiro principio fim do ensino da história preconizado pelo filósofo chinês Confúcio: “Se queres prever o futuro, estuda o passado.”
Este fenômeno torna-se mais preocupante quando nos debruçamos sobre dados como a pesquisa realizada pelo Instituto Sensus e publicada pela revista Veja, que aponta que 61% dos pais acham “normal” que os professores façam proselitismo ideológico em sala de aula, 78% dos professores creditam que a principal missão da escola é “formar
cidadãos” e, somente 8% dos docentes, acredita que sua função seja “ensinar as matérias”.
É esta visão deturpada, pluralista e imparcial do processo histórico e educacional, que impedem os alunos da rede básica de terem acesso a relevantes fatos da história militar brasileira.
Missão
O jovem brasileiro, cursando o último ano da educação básica, quando raramente apresentado a história da valorosa participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, recebe a informação com empolgação e espanto diante do total desconhecimento do tema.
A deficiência não é do jovem e sim do sistema que suprimiu dolosamente o conteúdo dos currículos escolares. Profissionais da educação engajados com uma doutrinação ideológica e ocupando posições estratégicas, estabelecem currículos e decidem sobre a indicação dos livros didáticos para o ensino fundamental e médio.
Observando um vácuo de profissionais e instituições capazes de atuar de forma direta e efetiva neste cenário, o Instituto Histórico Militar Marquês do Herval atua resgatando, preservando, dignificando e divulgando a história militar brasileira para o cidadão comum e as novas gerações através de projetos pedagógicos, produção de material didático e de uma intervenção estratégica no ambiente escolar e social, ofertando o conhecimento da história militar brasileira de forma profissional, ética, livre de ideologias políticas e alcançando eficazes resultados. Além disso, estão entre as atribuições do Instituto Histórico Militar Marquês do Herval:
– Promover a dinamização de espaços públicos, valorizando o patrimônio monumental e
museológico, e acesso a sítios arqueológicos;
– Assessorar as OM na restauração, organização e produção de espaços culturais dentro das OM das Forças Regulares e Irregulares estabelecidas em território nacional;
– Organização de um acervo museológico itinerante com o fito de facilitar o acesso público à História Militar;
– A integração e estimulação dos esforços que dos que se dedicam aos estudos da história militar brasileira e internacional, da literatura, da reencenação história, da preservação de viaturas militares e de atividades correlatas;
– Organização e promoção de debates, pesquisas, exposições e eventos relacionados com a História Militar;
– Produção de impressos, informativos, matérias pedagógicos para crianças e adolescentes, livros, artigos e demais materiais com forma de resgatar, preservar e divulgar a História Militar;
– Estimular o patriotismo e o respeito aos símbolos nacionais, respeitando a diversidade dos povos, na defesa e conservação do patrimônio histórico, cultural e artístico militar.- Promover, participar e/ou coordenar ações integradas com outras instituições, governamentais ou não governamentais, nacionais ou estrangeiras, para a realização de exposições, palestras, simpósios, excursões, feiras, cursos e demais atividades educativas relacionados aos interesses da sociedade.
– Condecorar entidades e cidadãos, militares ou civis, por sua dedicação a preservação da memória histórica militar brasileira, e honrar servidores militares por atos excepcionais no cumprimento do dever, promovendo o reconhecimento de trabalhos de militares e civis em prol da memória histórica.
Composto por professores universitários, historiadores, militares, profissionais liberais e entusiastas do tema, o Instituto recebe associados voluntários de todo o Brasil e está aberto para todos que tenham interesse pelo tema, estejam alinhados com as propostas da instituição e demonstrem elevado comprometimento coma recuperação de um projeto educacional cívico e patriótico para a nação.
Atuação
Durante este curto período de existência, o IHHMH realizou dezenas da palestras sobre temas relacionados à história militar brasileira, em unidades escolares, agremiações, organizações militares e instituições religiosas, onde teve a oportunidade de colocar em prática seu principal objetivo: Levar o conhecimento da história militar ao cidadão comum.
Como parte das atividades fins do IHMMH, estamos apoiando na elaboração de espaços culturais em organizações militares da guarnição do Rio de Janeiro, além de já termos colaborado na criação de espaços semelhantes no 1° Regimento de Carros de Combate, no 15° regimento de Cavalaria Mecanizado e no 1° Esquadrão de Calavaria Leve.
Nos últimos meses do 1° semestre de 2019, o IHMMH iniciou a implantação de um de seus mais valorosos projetos: Os Núcleos de Estudo de História Militar. Estas pequenas frações são compostas por alunos da secretária de Estado de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC), instituição que optamos por ter como parceira neste momento inicial do projeto.
Os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental até o 3° Ano do Ensino Médio se reúnem
de forma voluntariam e criam um grupo de estudos sobre a história militar brasileira. Os encontros são realizados no contra-turno, geralmente acompanhados de grande entusiasmo e despertando vocações para o estudo verdadeiro da história e a carreira militar.
O primeiro núcleo foi criado no Colégio Estadual Dr. Mario Guimarães, em Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense com IDH-M, 0,713 (RJ: 43º), e recebe o nome de “NEHM Osório Legendário”.
Recentemente este núcleo desenvolveu um trabalho sobre os “72 anos do Brasil nas Missões de Paz”, com o apoio do Centro Conjunto de Operações de paz do Brasil (CCOPAB), que foi destaque em vários veículos de imprensa especializados.
Os núcleos são orientados por professores, voluntários e treinados IHMMH, em seus tempos livres e, no caso da inexistência destes, o aluno coordenador recebe todo o apoio de material e orientação por parte do IHMMH.
Atualmente o Instituto avalia os resultados de um projeto desenvolvido com o apoio pedagógico de miniaturas. O projeto “História em Miniatura” foi desenvolvido como um piloto em uma unidade pública de ensino e os resultados foram fantásticos. Através da pintura das miniaturas os estudantes são apresentados a um hobby, desenvolvem
habilidades artísticas mais ricas, exercitam o trabalho em equipe e são convidados ao hábito da pesquisa histórica para um fim prático e prazeroso: Pintar a miniatura que virá a fazer parte de sua coleção.
Já empregado na Europa, este instrumento pedagógico foi muito elogiado por professores de artes e de história ouvidos neste processo. Além do desenvolvimento cognitivo alcançado, a prática de manusear e colecionar miniaturas aumenta o vínculo do jovem com a história militar brasileira, seus personagens e as Forças Armadas, pois os mesmos passam a fazer parte do universo lúdico do estudante.
O projeto já foi formato para ser escalado e ofertado para outras escolas em um futuro próximo.
“Para nós a FEB constitui a nossa vida, nós fomos para a Itália, lutamos e nunca esperamos benefícios, nunca esperamos reverências, a única coisa que nós queremos é não sermos esquecidos”