Força Aérea Brasileira cancelou o Míssil Anti-Radiação MAR-1

Durante a LAAD Defence and Security 2019, T&D entrevistou o fundador da extinta Mectron e atual diretor (e fundador) da SIATT, o engenheiro Carlos Alberto de Paiva Carvalho.

Na 2ª parte da entrevista (em vídeo), Carvalho confirmou que o Míssil Anti-radiação MAR-1 foi cancelado pela Força Aérea Brasileira.

Essa informação já havia sido dada alguns dias antes da LAAD 2019 pela própria FAB em entrevista a uma revista de aviação brasileira.

MANSUP no estande da SIATT

Após uma explanação detalhada sobre o funcionamento do MANSUP, incluindo uma simulação de disparo com emprego de um corpo de míssil instrumentado ligado a computadores, Carlos Alberto respondeu a pergunta sobre se o alcance do míssil poderia ser maior:

A SIATT realizou a entrega, no final de abril último, dos três modelos funcionais dos subsistemas destinados a testes de integração do míssil completo e testes em navios, a saber, o “Compartimento de Vante; o “Compartimento de Ré”, e a “Cabeça de Combate Inerte” ou CCI.

“Devido a curvatura da Terra, radares navais deixam de ser eficazes quando não conseguem lidar com essa limitação, e os navios que a Marinha possui atualmente empregam sensores e radares adequados para o alcance efetivo da versão superfície-superfície do MANSUP, que é de 70 km. Aumentar o alcance tem a ver com as capacidades dos sensores e tecnologias de de atualização no meio curso, seja via satélite ou através de aeronave retransmissora no ar, algo oneroso e que poucos países podem fazer. Da forma como estamos equipados, o míssil entrega uma capacidade comprovada e eficaz dentro de 70 km de alcance, com total domínio brasileiro da tecnologia”.

Ainda dentro da questão alcance, Carlos Alberto anunciou que “O próximo desenvolvimento do MANSUP será a versão aero-lançável por helicópteros navais do tipo UH-15B ASuW, para a Marinha do Brasil. Dependendo da altitude de lançamento, ele poderá ter alcance maior que os 70 km da versão superfície-superfície, mas quem vai definir os requerimentos de desempenho é o cliente final, a Marinha”.

 

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  1. Confirmação da mediocridade FABiana. O simples cancelamento no desenvolvimento de um artefato estratégico, como é um míssil antirradar, demonstra a pequenez de pensamento que dominou a FAB nos últimos 12 anos. Lamentável!!!

    Na contramão disso, EB e MB avançam nos seus armamentos inteligentes e estratégicos, além de equipamentos. Felizmente!!!

  2. Estranho a Fab não querer um míssil antirradar, que serviria para dissuadir um de seus mais importantes adversários: O míssil SAM.

  3. Salve Góes,

    Calma irmão. O possível cancelamento se deu apenas por dois aspectos incontornáveis:
    1 – Alcance pequeno do artefato.
    2- Tecnologia de travamento em evolução.

    Breve o programa volta com novidades, Mansup é o carro chefe que servirá de “norte” para outros programas.

    CM

    1. Caro Claudio Moreno, sem querer ser desrespeitoso, mas poderia me dizer como obteve essa informação? Trabalha na Siatt ou trabalhou na Mectron?
      Abs.

    2. Assim esperamos, meu amigo.

      Eu, realmente, quero estar enganado, pois é inconcebível deixarmos a principal house missile do país morrer, bem como abandonar todos os seus principais projetos, que são muitíssimos importantes para a independência tecnológica e militar do país. Isto acontecer, à boca pequena, sem qualquer justificativa pública e plausível, mostra o caráter irresponsável da medida.

      Enquanto outros países adorariam ter a capacidade tecno-industrial que temos, nossa força aérea, simplesmente, relega ao ostracismo, em detrimento a equipamentos estrangeiros (concorrentes direto aos nossos). Este tipo de capacidade tecnológica não se abandona assim, isto é mais um exemplo jabuticaba de alguns dos nossos estrategistas militares.

  4. Gostaria de saber os motivos que levaram a FAB cancelar o desenvolvimento e compra desse míssil. Não acredito que a Força Aérea tenha cancelado por nada, deve haver um motivo justificável. A nossa Força Aérea pode ser carente de recursos materiais que causaram e causam muito atraso, mas não é e nunca foi carente de cérebros brilhantes. Se os políticos votassem e aprovassem um percentual justo do nosso PIB para investimento nas Forças, sem contingenciamentos, a nossa Força Aérea seria uma das mais temidas do mundo! Talento humano para isso, sobra!

  5. Com relação a curvatura da terra como desculpa para o alcance do MANSUP… Não temos satélites, mas os mísseis não poderiam ser vetorados por aeronaves de patrulha da FAB ?
    Ninguém tem falado em integração com o Gripen.

  6. Não senti consistência na matéria… A FAB até poderia suspender temporáriamente o programa estratégico, mas não creio o abandonaria definitivamente. Será que não seria o MAA-1?

    1. Parece eu escolhendo açaí….. Consistência né? Ok. A sua incredulidade é uma coisa, sugerir, inferir ou tentar dizer, sabe-se lá movido por qual algoritmo, que eu estaria mentindo na matéria é que faz a gente realmente duvidar do ser humano. Se você assistiu o vídeo, viu a entrevista, e sabe quem é o entrevistado, nem precisaria estar aqui te explicando isso, aquele senhor é só o cara que criou as duas empresas, e os mísseis ora citados. Mas não, isso não dá consistência ao meu artigo. Ademais, em entrevista publicada em revista nacional de aviação (uma das poucas que restaram), dias antes da LAAD 2019, a própria Força Aérea Brasileira confirma de forma clara e inequívoca o cancelamento do MAR-1. Mas, devo me abster de julgar, ó senhor, temos aqui um campeão que sabe algo que o RESTO do MUNDO não sabe. Se incomodaria, nobre Deus das Consistências, em dividir conosco o que seria? Como Jornalista Especializado em Defesa, estou assim, curioso para saber…….

      1. boa tarde! mas não e loucura acabar com um projeto desse! vemos claramente a importância desse tipo de míssil nos conflitos. todas as maiores potências do mundo tem um míssil como esse e loucura cancela-lo. poderíamos até exporta-lo para outros países.

  7. E impressão minha ou estamos voltando a era da compra de prateleira?
    Infelizmente talvez seja melhor fecharmos as nossas empresas de defesa, pois não é da nossa tradição comprar material desenvolvido e construido aqui em quantidades minimas para garantir a sibrevivência dessas empresas.

  8. kkkk… Relaxa nobre Roberto Caiafa… realmente eu estava com a internet travando e não vi o vídeo. Alás, para ser franco nem vi que você era o autor da matéria. Na verdade, foi uma soma de problemas de conexão e falta de atenção e precipitação de minha parte. Minha humilde retratação e apreço à importância do seu seu trabalho como jornalista militar. Abraço!

  9. É uma vergonha, oque a FAB fez. É lamentável, o quanto nossos governantes desprezam, mentes brilhantes como a do presidente da Siatt. Ele poderia trabalhar, em empresas Americanas, européias, de Israel, ou ainda de outros países produtores de mísseis. Ele deve ser muito patriota, pra suportar tamanha desfeita. Até quando, nossos governantes vão brincar de governar o nosso Brasil? É muito triste! Que país é esse?

  10. É uma vergonha, oque a FAB fez. É lamentável, o quanto nossos governantes desprezam, mentes brilhantes como a do presidente da Siatt. Ele poderia trabalhar, em empresas Americanas, européias, de Israel, ou ainda de outros países produtores de mísseis. Ele deve ser muito patriota, pra suportar tamanha desfeita. Até quando, nossos governantes vão brincar de governar o nosso Brasil? É muito triste! Que país é esse?

  11. Conhecendo o histórico do Brasil de ir em contra-mão ao desenvolvimento nacional, muito provavelmente cancelaram pra comprar algum míssil do mesmo tipo dos Norte Americanos/de alguma empresa estrangeira.
    de “patriotas” só tem o nome.

  12. Puxa, quem diria que o MINTO iria fazer uma coisa dessas com a soberania brasileira, logo ele que tão efusivamente plantara bombas contra instalações militares brasileiras nos anos 80 e depois cantara o hino ianque e prestava continência à bandeira americana. Uma vez concretizada a tomada de poder pelo mais pérfido secto americanófilo que as Forças Armadas Brasileiras já produziram, era lógico que projetos militares de manutenção de soberania contra forças militares convencionais estrangeiras seriam canceladas em prol de armamento “anti-insurgência” contra os patrícios. Forças de ocupação a mando de neoimpérios estrangeiros não se configuram para dissuadir estrangeiros mas sim para matar ou dissuadir rebeldes nativos.

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