O Consórcio Águas Azuis, formado pela thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa & Segurança e Atech, subsidiária do Grupo Embraer, foi selecionado pela Marinha do Brasil para a construção de quatro navios de defesa no Programa CCT – Corvetas Classe Tamandaré como concorrente preferencial. O resultado foi anunciado hoje (28/03) e representa um novo marco para as indústrias de defesa e naval do País.
Com liderança da thyssenkrupp Marine Systems e sua competência em sistemas navais, as empresas do Consórcio Águas Azuis vão agora formar uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) para a fase de execução do programa. Baseado em um relacionamento de longo prazo e forte presença no Brasil, as empresas e suas subsidiárias construíram uma sólida parceria nacional com capacidade comprovada de absorver tecnologia e garantir seu desenvolvimento não apenas para o Programa CCT, mas também para projetos estratégicos futuros de defesa no País.
“Estamos muito honrados pela Marinha do Brasil nos confiar a missão de construir as Corvetas Classe Tamandaré. Fazer parte do Programa CCT reforça nossa posição de liderança e as tecnologias comprovadas que oferecemos ao setor de defesa naval em todo o mundo por quase dois séculos”, destaca o Dr. Rolf Wirtz, CEO da thyssenkrupp Marine Systems. “Esta parceria trará empregos altamente qualificados e tecnologia para o Brasil, fortalecendo a sua indústria de defesa”, completa Wirtz.
“Neste consórcio com a thyssenkrupp oferecemos um modelo sólido de parceria nacional com capacidade comprovada de reter a transferência de tecnologia, garantindo o desenvolvimento de futuros projetos estratégicos de defesa no Brasil. Sempre estivemos confiantes e o resultado de hoje comprova que nossa oferta, realmente, vai ao encontro das necessidades operativas da Marinha do Brasil”, acrescenta Jackson Schneider, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.
Soberania nacional
Com o Programa CCT, a Marinha do Brasil ampliará e modernizará sua Esquadra. Com as quatro corvetas, que têm previsão de entrega entre 2024 e 2028, a Marinha passará a contar com novos Navios-Escolta para se contrapor a eventuais ameaças, garantir a proteção do tráfego marítimo, bem como controlar as águas jurisdicionais brasileiras e zona econômica exclusiva, que juntas formam a chamada Amazônia Azul, totalizando mais de 4,5 milhões de km². Os Navios-Escolta terão importante papel em missões de paz e de ajuda humanitária, em contribuição à Diplomacia brasileira.
O Programa CCT trará contribuições reais para a economia brasileira:
- Conteúdo local superior a 40%, entre a construção dos navios e desenvolvimento de sistemas de última geração;
- Desenvolvimento do cluster naval dual (militar e civil);
- Geração de mais de 1.000 empregos diretos e aproximadamente 4.000 posições de trabalho indiretos;
- Competitividade para atender a futuras demandas da Marinha do Brasil e exportação de produtos de defesa naval;
- Fortalecimento da hélice tripla (governo, indústria e universidades) com a participação de centros de pesquisa e desenvolvimento;
- Capacidade de suporte em serviço a um produto de alta tecnologia e com longo ciclo de vida.
O programa contempla uma sólida transferência de tecnologia nas áreas de engenharia naval para construção de navios militares e de sistemas de gerenciamento de combate e de plataforma.
Um dos mais modernos estaleiros do Brasil, o Estaleiro Oceana atuará como construtor contratado pelo Consórcio Águas Azuis, bem como receptor de transferência de tecnologia (ToT) relacionada ao projeto. Localizado em Itajaí (SC), região com forte vocação para a indústria naval, o estaleiro faz parte do Grupo CBO, empresa com mais de 30 anos de experiência em construção naval e operação marítima offshore. Com aproximadamente 310.000 metros quadrados, o estaleiro possui instalações adequadas para a construção das corvetas classe Tamandaré, e aplica os mais inovadores processos de engenharia e construção, com alto nível de automação e tecnologia de ponta. Conta ainda com instalações localizadas em Niterói (RJ), que poderão servir de base logística e de apoio em serviços para a Marinha do Brasil.
A Atech, empresa do Grupo Embraer, será a fornecedora do CMS (Combat Management System) e do IPMS (Integrated Platform Management System) das Corvetas Classe Tamandaré e receptora de transferência de tecnologia (ToT) em cooperação com a ATLAS ELEKTRONIK, subsidiária da thyssenkrupp Marine Systems, e a L3 MAPPS. Localizada no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP), a Atech conta com 500 engenheiros especializados no desenvolvimento de software e hardware para aplicações de defesa e possui expertise única em engenharia de sistemas e tecnologias de consciência situacional e apoio a tomada de decisão.
A Embraer Defesa & Segurança fará a integração de sensores e armamentos para o sistema de combate, trazendo também ao programa a sua experiência de 50 anos em soluções de suporte em serviço.
Classe MEKO®: autêntico navio para águas azuis
O Consórcio Águas Azuis apresentou à Marinha do Brasil uma proposta baseada no conceito da Classe MEKO®, referência mundial em soluções comprovadas de construção naval. Seu design modular facilita a integração local e a transferência de tecnologia, ajudando a reduzir os custos de aquisição, manutenção e modernização. Combinando tecnologia de ponta, inovação e capacidades robustas de combate, a Classe MEKO® é um autêntico escolta para águas azuis. Essas embarcações possuem qualidades excepcionais de autonomia e robustez. Como resultado, várias Marinhas de todo o mundo têm uma plataforma de combate flexível, versátil e um meio naval geral para missões diversificadas.
Desde 1982, 82 corvetas e fragatas da Classe MEKO® foram entregues a Marinhas de 14 nações diferentes, 37 delas produzidas fora da Alemanha e todas ainda em plena operação – oferecendo um ciclo de vida de mais de 40 anos. Essa classe acumula os benefícios de cinco gerações de embarcações graças à sua iteração de design, pela qual as melhores características de projeto de cada navio evoluem para o próximo, garantindo que as novas gerações tenham maturidade, tecnologia, materiais e padrões sólidos e comprovados.
Sobre a thyssenkrupp Marine Systems
A thyssenkrupp Marine Systems é um dos principais fornecedores mundiais de sistemas para submarinos e embarcações de superfície naval, bem como para tecnologias de segurança marítima. Com quase 5.500 colaboradores, a empresa tem um histórico de construção naval que remonta a séculos e oferece tecnologias de ponta, inovações e serviços abrangentes e confiáveis para clientes em todo o mundo. Com suas Unidades Operacionais de Submarinos, Embarcações de Superfície e Sistemas e Serviços Eletrônicos Navais, a thyssenkrupp Marine Systems faz parte do Grupo thyssenkrupp.
Sobre a ATLAS ELEKTRONIK
A ATLAS ELEKTRONIK Group oferece soluções de sistemas marítimas e navais para meios de superfície, submarinos e costeira. A empresa ocupa uma posição de liderança em todos os campos da alta tecnologia marítima, o que inclui desde sistemas de comando e controle para submarinos e navios de superfície, sonares e sensores, sistemas de minas e antiminas, torpedos pesados, sistemas de vigilância costeira e suporte em serviços. A ATLAS estabeleceu um portfólio mundial de clientes. Especialista em eletrônica naval, é uma empresa da thyssenkrupp e conta com uma força de trabalho de cerca de 2.200 colaboradores altamente qualificados.
Sobre a thyssenkrupp
A thyssenkrupp é uma empresa industrial diversificada com ampla tradição no mercado de materiais e participação crescente no setor de bens de capital e serviços. Visando sempre o progresso sustentável, a empresa conta com mais de 161.000 colaboradores, em 78 países, que atuam com paixão e experiência tecnológica no desenvolvimento de produtos de alta qualidade, bem como em processos e serviços inteligentes para a indústria. Competência e comprometimento são a base de nosso sucesso. No ano fiscal de 2017/2018, a thyssenkrupp obteve o faturamento global de aproximadamente 42,7 bilhões de euros.
Desenvolvendo negócios no Brasil desde 1837, a thyssenkrupp emprega aproximadamente 8 mil colaboradores em todas as regiões do país nos segmentos automotivo, energia, infraestrutura, mineração, cimento, construção civil, química, petroquímica e defesa. Por dois anos consecutivos, a empresa figura entre as cinco mais inovadoras em bens de capital pelo ranking Valor Inovação, realizado pelo jornal Valor Econômico em parceria com a PwC.
Sobre a Embraer Defesa & Segurança
A Embraer Defesa & Segurança é líder na indústria aeroespacial e de defesa da América Latina. Além das aeronaves A-29 Super Tucano, de ataque leve e treinamento avançado, e KC-390, de transporte militar multimissão, oferece uma linha completa de soluções integradas e aplicações de Comando e Controle (C4I), radares, ISR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) e espaço. Isso inclui sistemas integrados de informação, comunicação, monitoramento e vigilância de fronteiras, bem como aeronaves para transporte de autoridades e missões especiais. Com crescente atuação no mercado global, os produtos e soluções da Embraer Defesa & Segurança estão presentes em mais de 60 países.
Sobre a Atech
Reconhecida como uma “System House” brasileira, a Atech sempre se pautou pela inovação com o objetivo de ajudar a transformar o país. Com uma expertise única em engenharia de sistemas e tecnologias de consciência situacional e apoio a tomada de decisão, a Atech trabalha no desenvolvimento de soluções inovadoras com aplicações nas áreas de tráfego aéreo, sistemas de comando e controle, segurança cibernética, sistemas de instrumentação e controle, sistemas embarcados, simuladores e logística. A empresa é responsável pelo desenvolvimento e modernização de todo o sistema para o gerenciamento e defesa do espaço aéreo brasileiro. Pela sua atuação, a companhia é reconhecida e foi certificada como Empresa Estratégica de Defesa pelo Ministério da Defesa do Brasil.
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Fora o tamanho do navio, que realmente impressiona (por ser considerado “Corveta”) não entendi como este navio teria mais partes nacionalizadas e daria mais autonomia à MB, no quesito direito de licenciamento e produção caso seja exportado, por exemplo, um dos motivos segundo se sabe do porquê a MB não construir mais navios da Classe Amazonas (pagar royalties à BAe System), que já possui.
O sistema não é SICONTA MK IV ou V, o sonar não é Omnysis, a alça optônica e os tubos lançadores de torpedos não são ARES, os SLDM (Sistema de Lançamento de Despistadores de Mísseis), também não são os que MB ajudou a desenvolver. Fora o CAMM/Sea Ceptor, o Artisan 3D e os canhões de 40mm e 76mm, nada no navio usa o que havia sido especificado pela própria MB (que não são produtos nacionais). Ou seja, empresas nacionais com efetiva expertise em desenvolver e produzir equipamentos para navios, não estão contemplados nessa escolha. Além de quê, corre-se o risco do que aconteceu com os NAPA 500, tirando a produção de um estaleiro que possui comprovada experiência em construir navios especializados, para colocar em um estaleiro e empresas que estão dando os primeiros passos neste segmento da construção naval militar.
Realmente a MB está repetindo os passos da FAB com o F-X2.
Bom,vamos por partes. Se entendi seu raciocínio, qualquer das 4 propostas não te agradaria então. O fato de equipamento BID BR não estar no set list não quer dizer que nossa indústria foi preterida. Posso afirmar que, em alguns equipamentos, é possível até provável que ocorram mudanças (segundo contatos que fiz desde a notícia divulgada). Isso pode ou não acontecer, e vai depender mais do “lobby” dos parceiros estrangeiros do que propriamente da “força e união” da BID BR/Associadas ABIMDE etc. Entendo seu nacionalismo industrial ser frustrado, mas realmente, ainda ocorrerão algumas pequenas acomodações nesse negócio até a assinatura do contrato das 4 corvetas (fragatas de bolso), mas nossas empresas e dirigentes, e especialmente políticos, ainda vão passar por muito disso…. Não que eu ache justo, ou certo, mas é absolutamente do mercado isso acontecer. Lembrando sempre que a Embraer como prime contractor sempre resultará em contratos no País,de uma forma ou de outra, já que a EDS NÃO entrou no rolo com a Boeing….. Calma e oremos…….
Existe projeto para construção de um porta-avião também em futuro bem próximo? Entendo que um país com a extensão territorial e marítima como o nosso e com as possibilidades que temos deve também junto com outros parceiros desenvolver esta capacidade industrial. Afinal já construímos navios, submarinos. Tecnologia e saber como fazer é independência e garantia de soberania na defesa do país.
Caso esse navio seja vendido caiafa a mb tem roytes de propriedade intelectual?