O Babcock International Group é uma empresa de engenharia centenária (mais de 120 anos), de alcance global, presente nos cinco continentes atuando em três escopos principais, a gestão de ativos críticos, a formação técnica especializada e a gestão de programas complexos.
Na área de Defesa no Brasil, o grupo possui um arcabouço de opções bem grande para terra, mar e ar. O grupo busca novas frentes de atuação, começando pelo PHM Atlântico, e também estuda alternativas para a Marinha em outras áreas onde atua com grande eficiência.
No País, o Babcock International Group está presente em setores que vão desde a indústria pesada até o setor financeiro (manutenção de data centers), passando por frotas críticas de veículos blindados e caminhões betoneiras, um portifólio diversificado voltado para a gestão do ciclo de vida útil de ativos críticos e complexos.
Tecnologia & Defesa entrevistou Henrique Cruz (Innovation & Development Manager Networks and Equipment Suport), e Bruno Rosa (Head of TES – Technology, Engineering & Strategy Networks and Equipment Support) sobre as conversações entre o Grupo e as Forças Armadas brasileiras, especialmente a Marinha, para uma maior participação nos contratos desse estratégico setor nacional, dentre outros temas.
Tecnologia & Defesa: A Marinha do Brasil recebeu e introduziu em serviço recentemente o PHM Atlântico. Enquanto esteve a serviço da Rainha como HMS Ocean na Royal Navy, o navio foi mantido e recebeu suporte do Babcock International Group. Existem conversações entre as partes para um contrato de suporte do A-140 durante sua vida útil na Marinha do Brasil?
Bruno Rosa: Sim, existe um interesse mútuo, público e conhecido, já recebemos o Almirantado e o atual comandante do navio para juntos aprofundarmos os estudos sobre as necessidades da embarcação e assim construirmos um modelo de negócio adaptado para a realidade brasileira e que possa ser contratado. Nos próximos meses deveremos estabelecer como será essa relação, mas podemos adiantar que trabalharemos muito com o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.
Tecnologia & Defesa: Então o AMRJ está apoiando o navio até que um contrato seja estabelecido?
Bruno Rosa: O AMRJ está dando os primeiros atendimentos nesse período inicial de entrada em serviço do A-140, e o que estamos idealizando é que, quando forem necessárias as maiores intervenções (e existe uma margem de tempo para que ocorram), esse contrato já esteja efetivado e em plena execução, mantendo fluida a disponibilidade do navio. Isso deverá se concretizar ao longo de 2019.
Tecnologia & Defesa: O Babcock International Group também pode oferecer serviços e soluções na área de Segurança Pública, um subject muito sensível no Brasil. O grupo atua, por exemplo, em frotas de helicópteros de resgate aeromédico, caminhões e demais viaturas de bombeiros e seus sistemas de comando e controle (no Reino Unido e no restante da Europa). Já existem conversações nessa área com instituições brasileiras?
Bruno Rosa e Henrique Cruz: Segurança Pública é um assunto embrionário para o Grupo em termos de Brasil, mas vem sendo bastante discutido. Já realizamos uma ação pública em outubro último, quando levamos uma delegação de representantes dos quatro maiores Corpos de Bombeiros militares (São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Paraná) para o Reino Unido, onde foram conhecer nossas instalações, como por exemplo, os Bombeiros de Londres (London Fire Brigade). A ideia é como nós poderíamos “tropicalizar” uma solução que já funciona lá fora, trazendo-a para o mercado nacional. Não ficaremos restritos as Forças Armadas no mercado brasileiro, estamos buscando atuar em outras áreas onde nossas soluções podem agregar valor e diferencial.
Tecnologia & Defesa: Em quais setores o Babcock International Group poderia atuar no Brasil de forma inovadora, considerando a complexidade de contratos de Defesa em implementação?
Bruno Rosa e Henrique Cruz: Uma área muito específica, e que será no futuro próximo uma demanda da Marinha do Brasil, é o setor nuclear. Somos uma das poucas empresas homologadas a atuar nesse ambiente extremamente sensível, tanto no comissionamento e descomissionamento de meios dotados de propulsão/emprego de energia nuclear quanto na entrega de equipamentos e manufaturas para emprego radioativo, algo em que possuímos grande experiência. Na área de competências da estatal Eletronuclear também podemos entregar muitos serviços, basta verificar o interesse mútuo que detectamos durante a realização do evento Expobom 2018, quando o superintendente da empresa se mostrou bastante interessado nas nossas soluções.
Tecnologia & Defesa: Percebe-se que o Babcock International Group deposita muitas expectativas nas ações planejadas para ocorrerem no ano de 2019. Isso está correto?
Bruno Rosa e Henrique Cruz: Sim, de fato, em 2019 esperamos colher alguns importantes resultados de sementes que estamos plantando ao longo desse ano de 2018. A aquisição de uma empresa de facilities (infraestrutura) no Brasil marcou nossa chegada em 2015, e estamos incorporando de forma vigorosa o DNA da empresa ao mercado nacional. Com essa onda de novas tecnologias patenteadas desenvolvidas pelo Babcock International Group (propriedade intelectual do grupo), algumas delas desruptivas e exclusivas em alguns segmentos como Óleo & Gás e Energia, esperamos alcançar grande sucesso nesses segmentos importantes, pois estamos anos a frente se comparados com ofertas de outras empresas que atuam de forma tradicional. Na área de portos, por exemplo, estamos criando relacionamentos, entendendo o mercado e buscando oferecer aquilo que atenda as necessidades do segmento de forma muito específica, com altíssimo valor agregado. Não queremos competir com empresas que fazem o mesmo, destacamo-nos pela alta tecnologia e estamos trazendo isso para o Brasil.
Diálogo da Indústria de Defesa Brasil-Reino Unido
A entrevista com executivos Bruno Rosa (Head of TES – Technology, Engineering & Strategy Networks and Equipment Support), a esquerda na foto, e Henrique Cruz (Innovation & Development Manager Networks and Equipment Suport), a direita na foto, aconteceu durante o evento Diálogo da Indústria de Defesa Brasil-Reino Unido, realizado no Centro Cultural da Marinha em São Paulo.
Na ocasião, foram debatidos temas como exportações, parcerias estratégicas e financiamentos, envolvendo a área cibernética, smart cities, setor aeroespacial, exportações e incentivos fiscais para a indústria de defesa.