Paulo Bastos, Roberto Caiafa e Hélio Higuchi
Policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) apreenderam na última quarta-feira (19), na Barra da Tijuca (Rio de Janeiro), uma metralhadora Browning calibre 12,7×99 mm, vulgarmente conhecida como “ponto 50“.
Essa é a maior arma já apreendida no Estado do Rio e estava sendo negociada por traficantes por R$ 200 mil.
Duas pessoas foram presas no local com o armamento, Thiago da Silva Lopes, gaúcho, e Pablo Carvalho da Silva, carioca.
“Nos últimos três dias, estávamos só em cima disso. E ontem conseguimos prender os dois”, afirmou o delegado Delmir Gouvêa, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas.
A arma, uma metralhadora pesada projetada originalmente para uso pelas forças armadas norte-americanas, mede 1,68 metro de comprimento e pesa 38 quilos. Tem a capacidade de disparar de 400 a 600 tiros por minuto com alcance de mais de 5 km.
Some-se a isso as diversas apreensões de armas menores, no mesmo calibre, como os fuzis antimaterial do tipo M88 Barret e similares, apreendidos em diversas outras operações militares, ou vistos nas mãos de criminosos, inclusive no Estado do Rio de Janeiro, e temos um quadro de “popularização” das .50.
Isso é extremamente preocupante, mesmo que, aparentemente, se trate de uma arma antiga, provavelmente desviada de um colecionador.
Como o pesquisador de história militar Hélio Higuchi observou, ao analisar as fotos da arma, esta parece ser de uma versão gunner, utilizada em antigos aviões da Força Aérea Brasileira como B-25, B-17 (artilheiros), T-6 (artilheiro de ré), demonstrando que existe interesse do crime em utilizar uma arma poderosa como essa, capaz de causar muitos estragos aos helicópteros e viaturas blindadas das Polícias e do Exército Brasileiro.
No caso específico desse armamento, o aparato de inteligência e investigação da policia carioca agiu muito bem, interceptando-a antes que chegasse as mãos de criminosos dispostos a utilizá-las, ou então, como em tantas outras situações, o acaso mais uma vez favoreceu as Forças de Segurança…
E nas Forças Armadas?
Enquanto isso, no Exército Brasileiro, a recente divulgação da compra, via FMS, de 120 metralhadoras 12,7 mm novas, nos Estados Unidos, gerou uma onda de críticas dos algozes costumeiros, todos preocupados com o “absurdo” de o Brasil não ter nenhuma indústria bélica no País capaz de produzir tais armas.
Uma carta de oferta e aceitação (LOA) para as armas recém-fabricadas foi assinada em agosto pela Comissão do Exército Brasileiro em Washington (em nome do Comando de Logística do Exército) e pelo governo dos EUA.
Sessenta metralhadoras estão previstas para entrega em 2019 e as 60 restantes em 2020.
Montagens de tripés, peças de reposição e canos adicionais estão incluídos no acordo, mais um pacote de treinamento a ser fornecido ao pessoal brasileiro após a entrega das armas.
Um calibre adorado pela bandidagem
Enquanto polêmicas como as expostas acima permeiam blogs e sites sensacionalistas, a bandidagem profissional segue atuando quase impunemente, na maioria das vezes atacando pequenas cidades ou armando emboscadas para carros de transporte de valores nas estradas do interior do País.
Aluns links para casos recentes que ilustram bem o teor deste artigo:
1- https://pentecostepolicia24hs.blogspot.com/2014/03/durante-abordagem-pm-aprende-fuzil.html
3- http://amdifusora.com.br/individuos-que-explodiram-bancos-em-passos-mg-estao-presos/