Ocorreu, no dia 12 de setembro último (após uma longa gestação), a assinatura do Acordo de Compensação (Offset) entre a Marinha do Brasil, representada pela Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM) e as empresas Elbit Systems of America (ESA), representada pela M7 Aerospace, e Elbit Systems (ESL).
O acordo está vinculado ao Programa de Desenvolvimento do Projeto de Modernização das Aeronaves Carrier Onboard Delivery (COD)/Air-to-Air Refuelling (AAR), que serão capazes de realizar missões de apoio logístico, compreendendo o transporte de material e pessoal; o lançamento de paraquedistas (missões de forças especiais); e, principalmente, o reabastecimento em voo das aeronaves AFI-1B/C, modernizadas na Embraer, contribuindo assim para a ampliação da capacidade de defesa aérea de uma Força Naval ou de Fuzileiros Navais (na falta de um NAe, e com seus caças operando em uma única base aeronaval, a necessidade de um reabastecedor para a Marinha dar maior alcance aos seus jatos tornou-se crônica).
O Acordo de Offset do Programa COD/AAR terá como empresa nacional beneficiária a AEL Sistemas, sediada em Porto Alegre (RS).
Engloba também o desenvolvimento de um Treinador Baseado em Computador (Computer Based Training – CBT), a ser utilizado pelo futuro Esqd VEC-1; um Treinador de Aviônica (Avionics Trainer – AVT), a ser utilizado pelo Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval Almirante José Maria do Amaral Oliveira; a implantação de um Laboratório de Integração de Sistemas (System Integration Lab – SIL), na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia; e a Transferência de Tecnologia para a Produção e Manutenção dos Equipamentos de Aviônica, na AEL Sistemas, equivalendo a uma Compensação Comercial, Industrial e Tecnológica para o Setor de Defesa Brasileiro e avaliada em cerca de U$ 110 milhões.
Nota do Autor: A Marinha do Brasil já dá como consolidada a operação de asas fixas navais a partir de terra, ao menos enquanto não consegue deslanchar o PRONAe, algo que deverá aguardar pelo menos 10/15 anos para uma definição de projeto.
A modernização das aeronaves COD/AAR será bastante útil em operações com forças especiais da Marinha, e nas missões de reabastecimento em voo dos poucos A-4 disponíveis. Essas duas missões servirão para manter doutrina e qualificações durante um longo período de transição da Aviação Naval de asas fixas.
No entanto, para missões de transporte e ligação entre bases distantes, e considerando a oferta do EDS KC390 no mercado, seria a hora da Marinha do Brasil pensar grande e considerar adquirir alguns exemplares do cargueiro militar, ampliando sua aviação para eliminar qualquer dependência logística, um bônus apreciável em se tratando de liberdade operativa.
Fotos: Elbit Systems / AEL Sistemas