T-27 Tucano entra no mercado de aeronaves COIN com a AirMod (SP).

  • A AirMod (São José dos Campos, SP) é composta por uma equipe de profissionais experientes em todas as especialidades aeronáuticas na indústria da aviação, atuando em áreas como a Gestão de Programas e Projetos; Engenharia; Certificação; Suporte ao Cliente; Planejamento e Custos de Manutenção; Produção; Qualidade; Manutenção de Aeronaves.
O T-27 Tucano, operacional na Academia da Força Aérea, ainda é fundamental para treinar os novos pilotos da FAB. (imagens: Roberto Caiafa e CAMAN).

AirMod, empresa brasileira instalada no Parque Tecnológico São José dos Campos, venceu concorrência internacional para projetar, desenvolver e executar a modificação de 25 aeronaves T-27 Tucano.

O projeto envolve transformar a versão original, de treinamento, em uma versão de ataque leve para um cliente do exterior não revelado (*).

“Ver uma empresa média aqui de São José dos Campos conseguir vencer uma concorrência desse porte mostra nossa competência empresarial e tecnológica. Toda a estrutura que será criada vai beneficiar o Parque Tecnológico e a cidade”, avalia Marco Antonio Raupp, diretor-geral do PqTec.

O cockpit analógico do T-27 Tucano (acima): substituição por uma arquitetura similar ao do A-29 Super Tucano (embaixo).
O posto de pilotagem dianteiro do A-29 ST e suas telas MFD digitais.
O posto de pilotagem/instrutor, no assento traseiro, também equipado com dois enormes MFD.
O Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMALS) é a unidade mantenedora dessa aeronave na FAB e possui várias células desativadas estocadas. Seria essa a fonte das 25 células?

A AirMod estima que serão criadas 50 vagas de emprego para esse projeto, para técnicos, engenheiros e em cargos administrativos.

O trabalho deve começar até o final do primeiro semestre deste ano. Para isso, será criado um Laboratório de Integração e Testes no PqTec, onde será montado um protótipo do avião e será feita toda a modificação da primeira aeronave.

“A intenção é continuar utilizando o laboratório para integração de sistemas aeronáuticos, não somente para defesa mas também para aviação comercial e executiva”, diz Amaury Acatauassu, CEO da AirMod.

O Tucano surgiu como substituto de uma antiga aeronave de treinamento com produção descontinuada pela fabricante norte-americana (NA-T6). Para suprir essa lacuna, o T-27 foi desenvolvido pela Embraer em parceria com a FAB em 1980. O desempenho notório e outras inúmeras características fizeram com que esse modelo fosse exportado para diversos países.

A AirMod é uma empresa brasileira especializada em engenharia e projeto, consultoria e serviços aeronáuticos para clientes da aviação, comercial, executiva e defesa.

A Colômbia, e agora o Brasil, oferecem pacotes de modernização de aviões T-27 Tucano. A novidade no caso da AirMod, é o número de células e o emprego declarado como aeronaves COIN (Counter Insurgence).

A empresa atua globalmente a partir de seus três escritórios: no Parque Tecnológico São José dos Campos, em Delray Beach, nos EUA (AirMod XPort), e nas proximidades de Lisboa, em Portugal (AirMod Aerostec). A empresa já prestou serviços para mais de 40 clientes em 20 países.

(*) Nota do autor: Em 2014, Honduras manifestou publicamente o desejo de modernizar seus T-27 e adquirir novos Super Tucano, mas o caminho acabou sendo investir na modernização dos poucos Northrop F-5 Tiger, mantendo uma capacidade supersônica mínima.

A FAH (Fuerza Aérea Hondureña), depois de analisar as propostas existentes, optou por Israel para modernização dos Northrop F-5E Tiger II e treinadores armados AT-27 Tucano, através de um acordo assinado entre os dois países no valor de US$ 200 milhões, em 27 de julho de 2016.

Na atualidade, existem michos de mercado para os T-27 Tucano em várias regiões do mundo. Em 2008, por exemplo, a Colômbia adquiriu uma frota de 25 aviões A-29B Super Tucano da fabricante brasileira Embraer, o mesmo produtor dos T-27 (AT-27).

A partir dessa aquisição, em 2010 foi gerado um acordo de compensação entre o Ministério da Defesa da Colômbia e o fabricante, associado à compra dos A-29B.

AT–27 Tucano colombiano modernizado: painel glass cockpit com dois mostradores MFD, um layout similar ao A-29 ST.

O A-29 Super Tucano recebeu durante seu desenvolvimento diversos inputs das lições aprendidas na operação militar do AT-27 colombiano. Com a necessidade de modernizar os Tucanos colombianos e a oportunidade de oferecer serviços a outros países que operam a aeronave, o projeto deslanchou.

Um grupo de cerca de 20 pessoas entre engenheiros e técnicos da FAC viajou para o Brasil para iniciar o aprendizado, que foi completamente desenvolvido no exterior pela empresa Embraer para a conclusão do primeiro protótipo modernizado.

A transferência de conhecimento e tecnologia para o pessoal da Colômbia foi concluído nas instalações da empresa colombiana CAMAN, com a ajuda de funcionários da Embraer.

Os T-27 Tucano na FAB ostentavam dois tipos de pintura, operacional (atrás) para emprego em fronteiras, e o esquema de alta visibilidade da Academia da Força Aérea (a frente).                                                       

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