SACS: O primeiro cabo submarino ligando o Brasil a África chega a Fortaleza (Ceará).

  • Evento realizado na Praia do Futuro marcou a chegada do cabo SACS e a assinatura de um memorando de entendimentos entre Angola Cables e o Governo do Ceará para viabilizar a infraestrutura que ligará o Data Center da companhia na capital cearense ao complexo industrial do Pecém

Após percorrer 6,3 mil quilômetros pelo leito do Atlântico, partindo de Sangano, na costa angolana, o South Altantic Cables System (SACS) chegou à Praia do Futuro, em Fortaleza.

O cabo foi recebido por autoridades e membros dos governos Estadual e Municipal, liderados por Camilo Santana, Governador do Ceará, bem como pelo representante do Ministério das Telecomunicações de Angola, o Secretário de Estado para Tecnologia da Informação, Manuel Homem, e pelo CEO da Angola Cables, António Nunes.

Construído pela japonesa NEC, o SACS é o primeiro cabo submarino a ser instalado no Atlântico Sul, ligando a África à América do Sul. Possui capacidade de comunicação de pelo menos 40Tb/s. Sua chegada à Fortaleza significa a conclusão de mais uma importante etapa deste projeto.

“O SACS é mais que um projeto de infraestruturas submarinas de telecomunicações. Trata-se de uma ponte digital que liga o hemisfério Sul e que proporcionará para Brasil e Angola o surgimento de diversos negócios relacionados com a quarta industrialização. O investimento realizado pela Angola Cables, com este cabo submarino e com as demais infraestruturas de telecomunicações que estamos trazendo ao país – Monet e Data Center de Fortaleza -, tem como objetivo potencializar a oportunidade de criação de valor para os mercados onde estão inseridos. A partir de agora, Brasil e Angola estarão a oferecer ao mundo uma rota alternativa de acesso aos Estados Unidos, um dos maiores produtores de todo o tipo de conteúdos globais, mas também à Ásia, uma das maiores regiões demográficas do planeta”, explica António Nunes, CEO da Angola Cables.

O cabo percorreu 6,3 mil quilômetros pelo leito do Atlântico, partindo de Sangano, na costa angolana e chegou à Praia do Futuro, em Fortaleza.

Benefícios – O SACS traz a capacidade da companhia de encontrar soluções para problemas ainda inexistentes, uma vez que o cabo foi projetado e desenvolvido para atender a crescente  demanda de dados das próximas gerações, motivado pelos serviços de streaming, incremento da produção de conteúdos e pelos avanços da Internet das Coisas.

Ele chega com a perspectiva de trazer uma série de benefícios como redução de custos, aumento da velocidade de transmissão dos dados e melhoria na qualidade do acesso à informação, bem como disponibilizar maior capacidade de tráfego e assim incrementar o número de usuários de internet.

“A Internet trouxe transformações profundas ao nosso modo de vida e este é um caminho sem volta. Investir em conexão se traduz em promover a inclusão de forma abrangente e profunda. Já existem diversos estudos comprovando que melhorar os níveis das conexões gera grandes aumentos no crescimento e produtividade do PIB, além de ajudar a promover e acelerar o desenvolvimento de setores como saúde, científico, educação, entre tantos outros”, afirma Nunes.

Complexidade – A instalação do SACS em alto mar levou cerca de dois meses e envolveu a participação de engenheiros, profissionais de TI e mergulhadores profissionais para que o cabo realmente fosse fixado com segurança em solo marítimo. “Dessa forma, definimos o melhor caminho a ser percorrido, evitando possiveis rupturas que ele pudesse ter sofrido devido às movimentações rochosas do solo”, fala Nunes.

Com a etapa da chegada do SACS concluída a Angola Cables passará a cuidar do processo de aterramento do cabo, instalação na sua estação, localizada na Praia do Futuro, realização de uma série de testes e, por fim, sua conexão no Data Center de Fortaleza, que se encontra em fase adiantada de construção. A previsão para início das operações do SACS está mantida para o primeiro semestre desse ano.

Cabo submarino de fibra óptica: velocidade com baixo custo.

Memorando – Além da chegada do SACS à Fortaleza, o evento marcou a assinatura de um memorando de entendimentos tendo em vista a cooperação entre o governo do Ceará e a Angola Cables, afim de viabilizar a infraestrutura que interligará o Data Center de Fortaleza ao Complexo Industrial do Pecém, permitindo o desenvolvimento regional no campo das telecomunicações. “Trazer o SACS até o Porto do Pecém significa levar tecnologia, acesso à informação e infraestrutura para que este complexo possa crescer e se desenvolver”, conclui Camilo Santana, Governador do Ceará.

Empreendimentos – Hoje, além do SACS a Angola Cables conta com outros dois grandes empreendimentos no Brasil, totalizando US$ 300 milhões em investimentos. São eles: o cabo Monet, já em operação, conectando Miami, nos Estados Unidos a Santos, passando também por Fortaleza. E o segundo projeto é a construção de um Data Center internacional, em Fortaleza, que será um agregador de cabos submarinos de fibra óptica e tem previsão de início das operações no fim do primeiro semestre deste ano.

Quando toda a rede internacional estiver concluída, Nunes ressalta que haverá uma grande mudança nas telecomunicações globais, já que a troca de dados intercontinentais passará a ser mais rápida levando cinco vezes menos o tempo atual para que o continente africano tenha acesso aos conteúdos produzidos nas Américas, região que concentra os maiores centros de produção do mundo.

Sobre a Angola Cables:

Angola Cables é uma multinacional angolana de telecomunicações, fundada em 2009, que opera no mercado de atacado, cujo negócio principal é a comercialização de capacidade em circuitos internacionais de voz e dados através de sistemas de cabos submarinos de fibra óptica.

Esquema do WACS.

É um dos maiores acionistas do WACS (West Africa Cable System), que liga a Africa do Sul à Londres, fornecendo serviços de nível de operador a operadores em Angola e na região subsaariana, tornando-se assim um dos maiores fornecedores de IP na região.

Seus principais projetos – SACS e Monet – vão interligar três continentes: América do Sul, América do Norte e África, bem como o Data Center de Fortaleza, uma instalação de Nível III que irá interligar os seus sistemas de cabo criando uma rede altamente conectada. Hoje a empresa já opera um Data Center em Angola, o Anganop.

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