O ministro da Defesa, Raul Jungmann, participou nesta terça-feira (12), na Escola Superior de Guerra (ESG), no bairro da Urca, da mesa redonda “Segurança Pública com foco no estado do Rio de Janeiro”.
O evento, organizado pelo o Instituto de Doutrina de Operações Conjuntas (IDOC), da ESG, em parceria com o Instituto Brasileiro de Estudos em Defesa (IBED) Pandiá Calógeras (IBED/IPC), do Ministério da Defesa (MD), teve como objetivo propor respostas para a crise de segurança pública, em especial, a do estado do Rio de Janeiro.
O debate contou com a participação do secretário estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá; do comandante da ESG, general Décio Luís Schons, e teve como moderador, o jornalista e colunista Merval Pereira, além de demais agentes públicos federal, estadual, representantes de entidades civis, militares e servidores do Ministério da Defesa.
Na abertura do evento, o ministro Jungmann disse que o problema da segurança pública implica na colaboração com os demais países. “Nesse sentido, o presidente da República está propondo e nós estamos também trabalhando com uma iniciativa sul-americana de segurança, reunindo todos os países com os quais nós fazemos fronteiras para que, conjuntamente, se combata o crime organizado. Porque o crime organizado hoje não atua só no espaço nacional, ele hoje é transnacional”, completou o ministro.
Para o ministro Jungmann o encontro foi um momento de reflexão. “De se fazer um balanço, uma avaliação do que foi encaminhado, realizado até aqui e, obviamente, ouvir críticas, ouvir sugestões, para também procurar melhorar o nosso desempenho”, disse Jungmann, que propôs aos participantes um novo encontro em janeiro do ano que vem.
Representantes do Ministérios Público Federal e Estadual do Rio de Janeiro, da Polícia Rodoviária Federal, da Receita Federal, do Judiciário, professores, e de entidades civis também fizeram uma avaliação sobre a situação do Rio de Janeiro e apresentaram experiências adquiridas com as ações no estado. Para a maioria dos participantes, a superação da crise passa por ações cada vez mais integradas, com o uso de meios altamente tecnológicos e de inteligência.
Ao final do evento, Jungmann e Roberto Sá conversaram com os jornalistas. “Existe a necessidade de melhorar a integração entre os diversos setores, isso é um grande sistema, que tem suas normas, mas é preciso integrar mais, sobretudo na área de inteligência. Nós temos que avançar. Já avançamos, e temos resultados”, disse Jungmann se referindo a prisão do criminoso Rogério 157, e que contou com o apoio das Forças Armadas.
Jungmann ainda destacou o trabalho da Polícia Rodoviária Federal. “A Polícia Rodoviária Federal tem apresentado um trabalho muito positivo nas rodovias federais, com a captura de bandidos e apreensão de armas”, disse o ministro. Ele voltou a afirmar que as ações da Garantia da Lei e da Ordem valerão até o final de 2018. “Enquanto durar essa emergência, essa situação no Rio de Janeiro, devemos ficar aqui. O Rio de Janeiro vive um nível crítico de insegurança e representa para os brasileiros, para o exterior muito a imagem do Brasil”, comentou.
Já o secretário Roberto Sá fez um balanço positivo sobre o evento. “A avaliação é sempre positiva quando se reúne em um fórum pessoas tão importantes e qualificadas para debater um tema do momento, para tentar encontrar soluções para um problema nacional e que no Rio de Janeiro tem a sua gravidade. É extremamente salutar toda vez que se busca discutir o tema (segurança) com visões plurais.
O secretário sugeriu no encontro a implantação de uma matriz de responsabilidades, no qual todos os agentes envolvidos possam se ver como parte do problema e da solução. Roberto Sá ainda falou sobre a criação de um fundo constitucional voltado para a área de segurança pública. “Se há financiamento para a Educação e Saúde por que não ter um para a segurança?. Essa é uma vertente importante.
Encontro na PGR
No início da noite de segunda-feira (11), o ministro Jungmann se reuniu com membros da força-tarefa da Procuradoria Geral da República, criada para investigar o crime organizado no estado. No encontro, foram discutidos as ações que estão sendo desenvolvidas pelo órgão.