A última parada da comitiva do ministro da Defesa, Raul Jungmann, antes do retorno para o Brasil, em visitas oficiais aos países árabes, foi no Cairo (Egito), para um encontro com representante do governo e da base industrial de defesa.
Para Jungmann, além de reforçar a cooperação bilateral na área de defesa, o encontro também deve resultar em uma série de iniciativas conjuntas que poderão fortalecer os mercados de ambos os países, além do intercâmbio de conhecimentos e experiências em tecnologia de defesa e cooperação em áreas que possam ser de interesse comum para ambas as partes.
“Esta visita pode ser o começo de um relacionamento de benefício mútuo para as indústrias de defesa de ambos os países” enfatizou Karim Darwish, membro do parlamento e vice-presidente do Conselho de Relações Exteriores.
Ele disse que o fato do Brasil ser uma nação pacífica e que respeita a soberania de outros países torna as relações diplomáticas, principalmente na área da defesa, ainda mais receptivas. Karim Darwish destacou ainda que o Brasil é uma país justo, com posições equilibradas historicamente.
O diretor geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, também integrou a comitiva brasileira e explica que o bloco árabe é hoje o quarto maior parceiro comercial do Brasil. Ele saiu satisfeito da conversa com os empresários africanos. “O encontro foi muito bom, acredito que podem sair bons negócios no futuro” , disse.
Hatern Farrag, diretor da empresa Hisky Aerospace, especializada em aviação e defesa, ressaltou que a empresa trabalha com os melhores equipamentos disponíveis e demonstrou interesse em parcerias com o Brasil: “Nossa empresa trabalha muito próximo às Forças Armadas do nosso país, na luta contra o terrorismo. Queremos diversificar nossos fornecedores e o Brasil tem os produtos que precisamos, temos que superar o desafio da distância e trabalhar juntos”, destacou Farrag.
“Em todos os países visitados foi possível confirmar a vontade de ter o Brasil como país parceiro e o interesse nas soluções da ALTAVE. De fronteiras a campos de refugiados, copa do mundo e grandes eventos, foram muitas as aplicações vislumbradas para os nossos balões. Retornei da missão com intenções firmes e ações no curto prazo. Tenho certeza de que os frutos dessa missão se darão logo” disse Leonardo Nogueira, empresário brasileiro integrante da comitiva.
Paulo Junqueira, da NOVAER, também comentou sobre os contatos feitos na viagem. “O encontro com empresários egípcios se mostrou muito proveitoso, com a demonstração de grande interesse pele capacidades da indústria de Defesa brasileira e perspectivas de parcerias num futuro próximo”, disse ele.
Após o encontro, a comitiva brasileira retornou ao Brasil.
A relação Brasil-Egito
As relações diplomáticas entre Brasil e Egito foram estabelecidas em 1924, mas ganharam maior dinamismo após a instauração da República do Egito (1953).
O arcabouço jurídico que permitiu iniciativas de cooperação bilateral, possibilitou fortalecer o diálogo político e intensificar os fluxos comerciais, a partir da década de 1960.
Em 2010, o Egito tornou-se o segundo parceiro extra-regional a assinar Acordo de Livre Comércio com o MERCOSUL.
Por Adriana Fortes