O primeiro exemplar do avião de combate de 5ª geração Lockheed Martin F-35 Lightning II montado fora dos Estados Unidos foi apresentado na Itália, na linha de montagem final e “check out” (FACO conforme sigla em inglês) localizada na Base Aérea de Cameri, na cercanias de Novara, norte da Itália.
Configurado na versão para decolagem e aterrissagem convencionais (CTOL), esse F-35 A italiano é um dos dois iniciais oriundos de unidades FACO internacionais, sendo que o segundo está sendo preparado no Japão. A aeronave é uma das oito que serão produzidas em linhas de montagem fora dos Estados Unidos. Designada AL-1, ela será submetida a ensaios preparativos para o primeiro voo que deverá acontecer ainda neste ano.
A Alenia Aermacchi emprega 750 funcionários nas instalações de Cameri, cuja construção foi apoiada pelo governo italiano como parte dos compromissos internacionais assumidos em função do F-35. A linha de produção de Cameri abriga 11 estações de montagem final onde superfícies de controle e outros sistemas são integrados à fuselagem. Lockheed Martin tem dez dessas estações em sua unidade de Forth Worth, no Texas, e possui planos para aumentar esse numero para 25 no pico de produção do modelo, status que se espera alcançar em 2019.
Além das atividades da FACO, a Alenia Aermacchi está produzindo 40% das asas de todos os F-35 A do total programado para o mundo, segundo fonte da fabricante estadunidense. O primeiro conjunto completo de asas produzido em Cameria foi recentemente terminado e despachado para Fort Worth.
O Ministério da Defesa da Itália também promoveu entendimentos para programas de manutenção pesada das células, overhaul, reparos e modernização (MORU) para os F-35 europeus a partir de 2018. O Reino Unido vai se encarregar de qualquer trabalho adicional necessário durante os primeiros cinco anos de operação de cada aeronave. O complexo de Cameri terá cinco estações MORU.
De acordo com a Lockheed Martin, com a criação dos MORU haverá geração de centenas de empregos permanentes, por décadas, o que demandará formação de mão de obra altamente capacitada.
Adicionalmente às atividades desempenhadas envolvendo os F-35 A e F-35 B STOVL (decolagens curtas e aterrissagens verticais) para as FFAA da Itália, a FACO italiana também montará os F-35 para a Real Força Aérea da Holanda empregando parte de sua capacidade produtiva destinada aos parceiros europeus do programa JSF (Joint Strike Fighter). De acordo com o programa JSF, a Itália deverá receber mais de 130 F-35 A e B para a Força Aérea e Marinha.
Assim como o país europeu, o Japão também está investindo para instalar sua própria FACO. A produção do F-35 emprega o conceito de linha vertical, que recebe sistemas de elevadores para mover as aeronaves através do processo de montagem. A Austrália dividirá responsabilidades relativas aos MORU com o Japão.
Ivan Plavetz