Real Marinha Britânica realiza primeira campanha de tiro Sea Ceptor

A fragata HMS Argyll, exemplar da Classe Type 23 que está sendo retornada ao serviço na Royal Navy após uma ampla modernização, conduziu com sucesso os primeiros disparos operacionais do míssil superfície-ar Sea Ceptor.

Fabricado pela MBDA, o novo armamento é o resultado prático do conceito “míssil antiaéreo modular de próxima geração e emprego conjunto” (next-generation Common Anti-air Modular Missile ou CAMM).

Nas Type 23 modernizadas, substitui os veteranos mísseis Sea Wolf, com vantagens evidentes, cumprindo missões de proteção da frota contra mísseis de cruzeiro antinavio, aeronaves, armamentos stand-off e outras ameaças altamente sofisticadas.

A imagem real, foto da MBDA: Sea Ceptor lançado de uma Type 23, a HMS Argyll!

A fragata HMS Argyll é a primeira da classe a ter finalizado o seu programa de extensão da vida útil (midi-life upgrade), e conduziu a campanha de tiro antes de receber o “ok” para retornar ao setor operativo, o que deverá ocorrer em breve.

O Sea Ceptor não só provê uma robusta capacidade de auto-defesa para o navio que o emprega, como torna possível a defesa aérea de área sobre uma força tarefa marítima da qual faça parte.

Projetado e fabricado no Reino Unido, o míssil também irá, no futuro, armar e defender as novas fragatas Type 26, navios que terão como missão principal atuarem como escoltas dos novos porta-aviões da Classe Queen Elizabeth.

No Exército Britânico, a sua versão terrestre, o Land Ceptor, deverá substituir outro veterano, o Rapier SAM, oferecendo significativos avanços e novas capacidades quando comparado com os sistemas que está aposentando.

Usando o Sea Wolf como parâmetro (utilizado pela Marinha do Brasil nas duas Type 22 batch one restantes), o Sea Ceptor é mais rápido, tem maior alcance, usa um datalink digital de duas vias (two way datalink), e possui um seeker (cabeça de guiamento) mais capaz, todas essas tecnologias contribuindo para que o míssil consiga interceptar alvos muito mais desafiadores, e em maior número.

Sistemas de Defesa Aérea de gerações mais antigas usam guiamento semi-ativo, o que requer o emprego de um radar de controle de tiro, necessário para “iluminar” o alvo para o míssil.

A tecnologia de radar ativo miniaturizado no seeker, mais o datalink, elimina a necessidade do emprego desse radar e seu peso de instalação no navio, reduz emissões eletromagnéticas, permite uma efetiva cobertura de 360º em altitudes sem precedentes, com engajamentos múltiplos, e facilita enormemente a integração desse sistema em navios que não possuem essa capacidade.

O design compacto do Sea Ceptor permite a sua instalação em navios de pequena tonelagem e pouco espaço em convés. Outra vantagem é a sua forma de lançamento, denominada “ignação a frio”.

O míssil é ejetado do seu tubo/rampa de lançamento vertical e sobe até uma determinada altura, e somente após realiza a ignição do seu motor (soft vertical launch system), eliminado os danos causados por sistemas de lançamento do tipo “hot”.

A Marinha do Brasil selecionou, em 2014, o Sea Ceptor como o míssil superfície-ar das futuras escoltas Classe Tamandaré, corvetas de projeto e construção nacional com 2.200/2.600 toneladas de deslocamento, previstas para entrarem em serviço na próxima década substituindo as fragatas e corvetas mais antigas.

Trabalharam conjuntamente para o sucesso dessa campanha de tiro histórica, além da MBDA e Royal Navy, as empresas BAE Systems, DE&S e QinetiQ.

 

Segundo Dave Armstrong, diretor de desenvolvimento, vendas e negócios da MBDA no Reino Unido “O Sea Ceptor é o mais moderno sistema de defesa aérea de seu tipo no mundo. O conceito CAMM leva as fragatas Type 23 a um novo nível de performance, mantendo a liderança tecnológica das Forças Armadas britânicas com ganhos significativos na relação custo x benefício para os contribuintes britânicos”.

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