Por Roberto Caiafa
As empresas ONIRIA e RUAG apresentaram o VRTS, sistema de realidade virtual para treinamentos (virtual reality training system) projetado para apoiar a instrução de futuros operadores de morteiro pesado de 120 mm RUAG Cobra instalado a bordo do VBTP-MR 6×6 Guarani.
O morteiro e seu VRTS foram apresentados pelas duas empresas durante a Conferência de Simulação e Tecnologia Militar realizada no Quartel General do Exército Brasileiro durante o mês de junho.
O VRTS do RUAG Cobra é um grande aliado nos processos de adestramento, usando tecnologia que agrega muita economia e segurança, pois reduz a mobilização de pessoal, consumo de materiais, desgastes e riscos reais na hora de aprender a utilizar equipamentos como armamentos e veículos utilizados pelo exército, marinha ou aeronáutica.
O simulador reproduz os procedimentos para o tiro do sistema de morteiro acoplado ao blindado Guarani, sendo possível recriar a experiência e percepção do funcionamento do sistema.
O projeto foi desenvolvido utilizando a tecnologia Virtua Workshop da ONIRIA, em conjunto com a RUAG, fabricante do sistema de morteiro. Trata-se de uma tecnologia que viabiliza converter equipamentos e procedimentos em realidade virtual.
No simulador, que permitiu aos visitantes terem uma experiência de uma missão, foi possível movimentar e manipular objetos com a tecnologia de realidade virtual, sucesso entre militares de cavalaria e artilharia que interagiram com a tecnologia VRTS durante o 6º CSTM.
O Virtua Workshop tem foco na prática, na execução de procedimentos e avaliação de desempenho. A solução é baseada em software, acessível em diferentes plataformas.
A interatividade e usabilidade foi projetada para facilitar a execução de atividades práticas, considerando a movimentação e manipulação de componentes 3D, uso de ferramentas durante as etapas de treinamento, sons de feedback, entre outras.
Morteiro RUAG Cobra de 120 mm
Apresentado ao Exército Brasileiro durante o 6º CSTM como uma opção para armar o VBTP-MR 6×6 Guarani na sua versão portamorteiros, o armamento Cobra da suíça RUAG destacou, entre outras capacidades, o maior alcance disponível do mercado (9-10km), especialmente quando do emprego da munição assistida base bleed (16 km).
A alta cadência de fogo e o curto tempo exigido para entrar em posição, atirar por diversas vezes e colocar-se em marcha novamente, evitando contra-fogos de bateria, a conectividade do sistema computadorizado de navegação, cálculo de tiro pontaria, e a importante capacidade de municiamento semi-automático da peça (evitando acidentes com operador e munição) se juntaram ao baixo peso e a sua excelente relação custo-benefício de ciclo de vida.
Instalado no Guarani (previsto quatro carros porta-morteiros por batalhão), o morteiro de 120 mm é uma arma extremamente letal devido a sua alta mobilidade, profundidade e densidade de tiro (múltiplos impactos de direções diferentes) e capacidade de apoiar por fogos tropas blindadas e mecanizadas durante seu deslocamento, cobrindo os flancos e a linha de frente.
O VBTP-MR 6×6 Guarani atuando como portamorteiro pode levar uma grande quantidade de munição e o RUAG Cobra pode efetuar grande número de disparos cobrindo uma enorme área.
A alta velocidade e capacidade todo terreno (incluindo anfíbio) do VBTP-MR brasileiro é mais um diferencial quando se pensa em equipa-lo com armas de tiro elíptico de grande calibre.
Frente a plataformas mais complexas e com armas maiores e mais pesadas (de maior alcance), os morteiros de 120 mm semi-automáticos montados em blindados 6×6 oferecem a vantagem adicional de custo de aquisição, manutenção e compra de munição extremamente mais baixos, e a capacidade aerotransportável “ready for KC390″ sem a necessidade de desmontagem de partes ou componentes.