Os ministros da Defesa do Brasil, Raul Jungmann, e da Colômbia, Luís Carlos Villegas, firmaram posição no combate às quadrilhas que atuam na faixa de fronteira entre os dois países.
Durante reunião de mais de duas horas, os ministros acordaram ações para não permitir que os dissidentes das Forças Revolucionárias da Colômbia (FARC) venham a atuar na região fronteiriça.
As autoridades informaram que haverá um reforço nos 1.400 quilômetros de fronteira. Também foi anunciado o combate à imigração ilegal, inclusive nacionais, dos países onde atua o tráfico de entorpecentes, e o apoio das Forças Armadas brasileiras no processo de desminagem de parte do território colombiano.
Combate ao narcotráfico
A reunião entre os ministros do Brasil e da Colômbia surgiu como necessidade dos países reforçarem o combate às quadrilhas na região de fronteira.
Coube ao ministro Jugmann propor a reunião bilateral que inicialmente deveria acontecer em Tabatinga (AM) há duas semanas, quando o brasileiro esteve conhecendo a faixa fronteiriça em Vila Bittencourt (AM). Por questão de agenda, o encontro foi adiado para ontem (31), na capital do estado do Amazonas.
Para a reunião bilateral, o ministro Jungmann seguiu para Manaus acompanhado do ministro chefe do Gabinete da Segurança Institucional (GSI), general-de-exército Sergio Etchegoyen, dos chefes das Forças Armadas e do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), além de representantes do Ministério das Relações Exteriores e os embaixadores dos dois países.
Após pousarem em solo amazonense, as delegações se deslocaram à sede do Comando Militar da Amazônia (CMA), onde foram recebidas com honras militares. Numa primeira etapa, os dois ministros e principais assessores tiveram reunião reservada. Na etapa seguinte, a bilateral se deu com a participação de todas as autoridades.
O ministro Jungmann explicou que as ações das forças de segurança brasileiras e colombianas serão pautadas pelo serviço de inteligência. Conforme explicou, Brasil e Colômbia buscarão também o combate ao garimpo ilegal. Para o brasileiro, esta atividade criminosa resulta em diversos ilícitos, como a lavagem de dinheiro e o tráfico de drogas.
“E como complemento a isso tudo, vamos combater a imigração ilegal, pois os imigrantes ilegais servem para o transporte da droga”, contou Jungmann.
Acordo de paz
Por sua vez, o ministro colombiano assegurou que o acordo de paz entre o governo colombiano e as FARC não será motivo de preocupação ao Brasil. Luís Villegas prometeu combate intenso contra os dissidentes desta facção, bem como assegurou que não permitirá que os grupos criminosos brasileiros se associem aos dissidentes colombianos.
O ministro brasileiro esclareceu que ficou decidido que o país vizinho informará ao Brasil sobre as armas depostas pelas FARC, para que seja efetivado o maior controle deste arsenal e impeça que cheguem às mãos de criminosos brasileiros.
Num discurso mais duro, Villegas disse que aproveitava o momento para enviar “uma mensagem a todos os deliquentes e organizações criminosas de que nossas autoridades estão cada vez mais unidas para desmantelá-las. Temos todos os instrumentos e disposição”.
Ivan Plavetz