Na última semana as companhias que pretendem concorrer no T-X foram convocadas para apresentarem as propostas finais depois que a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) lançou o último pedido de propostas (RFP-Request-For Proposal) para o programa de substituição dos treinadores Northrop T-38.
Avaliado em US$ 16,3 bilhões, o T-X contemplará o vencedor com a tarefa de fornecer 350 aeronaves, incluindo o lote inicial de cinco exemplares de testes, dois lotes LRIP (Low-Rate Initial Production) designados 1 e 2 e nove lotes correspondentes à etapa de produção seriada regular (de 3 à 11).
A USAF informou, através da nota, que espera firmar o contrato ao longo de 2017 e alcançar a capacidade operacional inicial (IOC conforme sigla em inglês) no quarto semestre do ano fiscal de 2024.
O RFP final não mudou os requisitos da versão preliminar da USAF, liberada em julho de 2016, que propôs milhões de dólares em incentivos para fabricantes que podem produzir um avião de treinamento que excede as exigências de desempenho esboçadas.
A competição pelo programa T-X foi intensificando ao longo do ano passado, com o extravagante lançamento do T-X da Boeing/Saab em setembro e, mais recentemente, em dezembro, as propagandas da Lockheed Martin e da Raytheon.
Quatro companhias estão se enfrentando no T-X. A Boeing/Saab e a Northrop Grumman apresentaram projetos próprios enquanto a Lockheed Martin optou pelo T-50A existente e a Raytheon escolheu o T-100 baseado no projeto do jato M346 da italiana Leonardo-Finmeccanica.
Com exceção da iminente recapitalização nuclear, a USAF encerrou os grandes programas de aquisição com o F-35 Joint Strike Fighter (JSF), liderado pela Lockheed Martin, e o bombardeiro estratégico B-21 Raider, que será desenvolvido pela Northrop Grumman. Isso torna as 350 aeronaves do T-X ainda mais atraentes para os concorrentes. A vitória no T-X, por exemplo, poderia dar um importante impulso para a Boeing, que tem vacilado no mercado de aviões de combate nos últimos anos.
Para a USAF, a competição T-X também representa um ponto de inflexão nas aquisições de defesa. A Força Aérea conversou com a indústria por vários meses antes de lançar a RFP final, um movimento que poderia impedir o tipo de protestos controversos verificados após o fechamento do contrato envolvendo o novo bombardeiro B-21.
Ivan Plavetz
Fonte: Flight Global