Egito fecha a compra de pacote bilionário de armamento francês

O ministro da Defesa da França, Yves Le Drian, foi ao Cairo na última segunda-feira (16) para assinar contratos envolvendo 24 aviões de combate Dassault Rafale, uma fragata FREMM da DCNS e um lote de bombas e mísseis do consórcio europeu MBDA. Le Drian viajou acompanhado de Eric Trappier, Hervé Guillou e Antoine Bouvier, CEOs da Dassault Aviation, DCNS e MBDA, respectivamente.

O pacote está avaliado em US$ 9 bilhões, metade financiado por bancos franceses, movimento que confirma a confiança que o governo de Paris tem na estabilidade de longo prazo do governo do Cairo.

Alguns detalhes sobre o negócio ainda permanecem em sigilo. Sabe-se que a Força Aérea do Egito receberá 16 Rafale B (dois assentos) e oito Rafale C (um assento). Os três primeiros aviões chegarão ao Egito já no início de agosto, a tempo de tomarem parte da inauguração das obras de alargamento do Canal de Suez.

Algumas fontes francesas sugerem que mais de seis Rafale serão entregues até o final deste ano. Para alcançar esse objetivo não há outra alternativa a não ser entregar exemplares que se encontram na linha de produção da Dassault em Mérignac, originalmente destinados para a Força Aérea da França, levando em consideração que o ciclo de montagem final de cada um desses aviões dura seis meses. Essa solução acarreta a remoção de equipamentos de comunicações padrão OTAN, e no caso dos biplaces a retirada das provisões cuja função é habilitar as aeronaves para ataques nucleares.

O mesmo acontecerá com a fragata FREMM, que será retirada do inventário da marinha francesa com vistas a prepara-la para entrega antes do início de agosto. De acordo com fontes próximas ao negócio, a fragata Normandie, atualmente submetida a testes de mar, deverá mudar de mãos rapidamente.

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Fragata FREMM Normandie será repassada para a Marinha do Egito até agosto. (Imagem: Marinha da França)

Com relação aos mísseis, a MBDA não informou detalhes sobre o negócio, sendo que não há dúvidas que o míssil ar-ar MICA fará parte do escopo de fornecimento. Entretanto, ainda é incerto se o míssil ar-ar BVR Meteor também irá fazer parte da venda.

De acordo com informações procedentes de fontes francesas, o Egito também receberá mísseis de cruzeiro Black Shaheen com alcance reduzido em conformidade com as limitações do Regime de Controle de Tecnologias de Mísseis (MTCR conforme sigla em inglês). O Egito é o terceiro país do Oriente Médio a receber o míssil, ao lado de Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

A Sagem também fornecerá armas no âmbito do bilionário contrato, incluindo as munições ar- superfície autopropulsadas e guiadas AASM (Armement Air-Sol Modulaire). Devido à redução dos pedidos franceses para as AASM (de 4.200 para 1.748 unidades), o encerramento da sua linha de produção poderia acontecer ao longo de 2016. Mas agora a produção das AASM será prolongada.

Ivan Plavetz

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