Usada pela última vez em 2015, uma passarela, cujo nome técnico é passadeira, foi montada pelo Exército entre 2h e 4 h desta quarta-feira (dia 21) para fazer a ligação entre Aquidauana e Anastácio, cidade vizinha. A extensão é de 144 metros e o restante da travessia é concluída com bote. A circulação é restrita aos pedestres.
De acordo com o relações públicas do 9º Batalhão de Engenharia de Combate, subtenente Francisco das Chagas Alves, a estrutura é de painéis de alumínio, montada sobre suporte de flutuadores.
Se o rio subir, a passadeira acompanha o nível da água, por ser flutuante. A montagem da passadeira envolveu 60 militares.
Ontem, o Exército auxiliou na remoção de 30 famílias, que foram levadas para o salão paroquial. Foram retiradas as pessoas e todos seus pertences.
A escalada das águas foi acompanhada na Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Segundo o fiscal ambiental Jun Nukariya, às 7h da manhã de ontem, o nível do rio Aquidauana marcava 6m20.
Às 12h15, já estava em 7m98. Quinze minutos depois, às 12h30, chegou a 8m03, concretizando a cheia. Hoje, a última leitura mostra 10m42, a segunda maior cheia em 50 anos. Em 14 de março de 2011, o rio marcou 10m70.
A marcação pode ser revisada quando uma equipe for ao local e verificar a altura que a água chegou nas paredes. “Choveu em Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Palmeiras. Uma parte da água penetra no solo, outra evapora e a terceira escorre. O volume foi tão grande que o solo não absorveu. Escorreu bastante água para o rio e subiu muito rápido”, diz.
Os dados são transmitidos por satélite e com a cheia, a comunicação cessou.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), que aponta a liderança de Aquidauana no ranking nacional da chuva, informa 142 milímetros de precipitação.
Conforme o meteorologista Natálio Abraão, da Uniderp, Aquidauana registrou 167,6 milímetros em 12 horas. O esperado para todo o mês era de 157,2 milímetros.