Para debater a autonomia do Brasil em tecnologia estratégica e estreitar relações com o setor, ocorreu na capital federal o 10º Fórum da Indústria de Defesa (FID).
O evento, realizado pelo Ministério da Defesa, por meio da Secretaria de Produtos de Defesa (Deprod), contou com a presença de representantes de associações e federações da indústria.
A recepção dos participantes foi no Grupamento de Apoio de Brasília (GAC-BR), na Esplanada dos Ministérios.
A Base Industrial de Defesa (BID) foi um dos principais temas debatidos. Essa base é formada pelo conjunto das empresas estatais ou privadas que participam de pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de equipamentos estratégicos relacionados à segurança ou à defesa do país.
De acordo com o secretário de Produtos de Defesa, vice-almirante Marcelo Francisco Campos, é necessário o trabalho conjunto de todos os setores envolvidos para que a BID possa evoluir. “Sem sombra de dúvida, a Base Industrial de Defesa é a ponta de lança para o desenvolvimento tecnológico do segmento no País”, afirmou.
O almirante Campos destacou que a defesa é uma moeda de duas faces: um lado é a soberania e o outro reúne o desenvolvimento tecnológico, a indústria e a economia de defesa.
Em sua participação no evento, o coordenador do Departamento de Produtos de Defesa (Deprod), coronel Lauri da Silva, expôs as aplicações e vantagens do Regime Especial para a Indústria de Defesa (Retid).
Como exemplo, ele apontou a possibilidade de desoneração dos tributos federais em quase todo cadeia produtiva, bem como dos tributos incidentes nas saídas dos produtos, no caso de venda para as Forças Armadas. “O papel do Ministério da Defesa é alinhar essa relação entre as empresas e as Forças”, alegou.
A apresentação do coronel Lauri foi seguida por debate com a participação do diretor de Produtos de Defesa, brigadeiro Paulo Roberto de Barros Chã, e o coordenador de Tributos sobre produção e comércio exterior da Receita Federal, João Hamilton Rech.
Na continuidade do evento, o gerente do Departamento de Financiamentos e Economia de Defesa (Depfin), coronel Diógenes Lima Neto, destacou, entre outras iniciativas, a importância da entrada do MD na Câmara de Comércio Exterior (Camex). “É interessante participar da formulação dessas políticas, pois, com isso, podemos ampliar a inserção internacional da BID e aumentar as importações”, explicou.
O coronel Diógenes também afirmou que a Seprod tem trabalhado em novas formas de financiamento e investimentos na BID, no âmbito nacional e internacional.
O evento ainda contou com a presença do diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncotron, Antônio José Roque da Silva.
Ele apresentou a instituição que dirige e falou sobre a aplicação no desenvolvimento de novas tecnologias para a indústria de Defesa.
Por Júlia Campos