VBC Cav – Comunalidade, o trunfo italiano

Informações, obtidas com exclusividade por Tecnologia & Defesa, mostram que a produção da viatura Centauro II compartilha cerca de 28,5 % de componentes comuns com as viaturas blindadas de Transporte de Pessoal (VBTP) 6X6 Guarani, podendo classificá-las como membros de uma mesma família de blindados.

O mais importante projeto do Exército Brasileiro (EB) em andamento, a viatura blindada de combate de Cavalaria – média sobre rodas (VBC Cav – MSR), se encontra em sua faz final de definição, com três candidatos, o Centauro II, LAV 700 AG e ST1-BR, cada um com suas vantagens e desvantagens, sejam no campo operacional (que já foram amplamente detalhado por T&D), econômico e geopolítico, porem no logístico, um dos mais importantes para se levar em consideração em um programa desta monta, o veículo do Consórcio Iveco – OTO Melara é (CIO) é imbatível.

Com centenas de componentes em comum, indo de simples parafusos e porcas, até conexões complexas, sensores e monitores, que não só facilitam toda a cadeia logística de manutenção, diminui os custos de armazenamento e transporte para o EB, como também aumenta a demanda por estes componentes, incentivando a indústria nacional a produzi-los, aumentado ainda mais o índice de nacionalização destes sistemas de armas. Tanto é verdade que, recentemente, foi assinado um memorando de entendimentos entre o Grupo Leonardo e a AEL Sistemas para a nacionalização de diversos destes sistemas.

Outra vantagem ser considerada, como integrantes de uma família de blindados, está no fato de que, nas atuais negociações envolvendo o Centauro II na América Latina (também divulgado com exclusividade por T&D), abre grandes chances de vendas das viaturas Guarani no pacote, além dos serviços e componentes também virem das indústrias nacionais.

São indiscutíveis as importantes vantagens do Centauro II em relação a seus concorrentes, como o fato de ser a única viatura desenvolvida desde o início para atender a missão que o EB busca (e não ser uma VBTP adaptada) e possuir o eficiente canhão de 120 mm, mas também no fato que a viatura já conta com toda a infraestrutura para sua montagem e manutenção no país, na unidade fabril da IDV de Sete Lagoas (MG), e a com a grande experiência do CIO em transferência de tecnologia, demonstrada nas montagens das viaturas Centauro B1 na Espanha e no desenvolvimento do Tipo 16 MCV no Japão.

No dia de hoje, 18 de novembro, o Estado-Maior do Exército inicia a escolha do modelo que será o VBC Cav, com o anuncio oficial aguardado para o próximo dia 25, e o Centauro II, por conta das características comuns com o restante da família Guarani, tem todas as chances de ser o chamado de o GUARANI 8X8.

Maquete do Centauro II, já nas cores do EB, exposta na unidade fabril da IDV de Sete Lagoas (Foto: IDV)

 

 

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Respostas de 36

  1. Excelente! isso é só mais uma grande e considerável vantagem, de se fazer a parceria com a Itália, em volta do futuro carro de combate sobre rodas 8×8, do eb.
    Sem contar aquilo que eu já havia comentado lá atrás…de; essa parceria, poder ser expandida, para outros planos de modernização, da força blindada brasileira, tendo em vista algumas noticias recentes.

    1. Se você se refere à nova versão do Ariete, seria ótimo, ainda mais construído localmente. Mas acho que o EB irá de MMBT até o final da década.

  2. Apesar da munição 105mm ainda ser usada e muito efetiva no campo operacional, já passou da hora do EB partir de uma vez por todas para a munição de 120mm. E o Centauro II se encaixa perfeitamente nos requisitos postos pelo EB, contrário dos demais participantes. O Centauro II é a “cara” do EB.

    1. Exatamente, o que corrobora ainda mais com uma futura comunalidade de componentes e ganhos logísticos.

      Meus votos são 100% no Centauro.

  3. 28% faz uma enorme diferença e o fato de pode ser configurado tanto em 105 e 120mm também, faz diferença para vendas futuras da “família”…e o único competidor hoje que pode fazer diferença em volume de escala seria o VN-1/ST-1

  4. prefiro o 8×8 chines, mais barato com transferência de 65% de tecnologia e também é anfíbio com o kc 390 podendo transportá-lo pra qualquer região do Brasil

    1. É sua preferência, e isso eu não discuto, mas sua argumentação possui alguns equívocos:
      1º. Essa história de 65% de transferência de tecnologia é informação tirada da cabeça de algum maluco 😀 ;
      2º. O ST1-BR não pode ser transportado pelo KC-390, ou pelo menos isso não é garantido por nenhum dos fabricantes dos veículos.

      Infelizmente existe muita informação falsa circulando a internet, vindas principalmente por youtubers interessados apenas em visualizações, porem T&D publicou uma matéria muito séria e com informações oficiais da NORINCO sobre o veículo chinês (a única disponível), que possui vantagens muito interessantes também, e sugiro dar uma pesquisada.

      1. Caro Bastos, o Centauro II sem a torre, por exemplo, poderia ser transportado pelo KC-390?
        O veículo completo pesa cerca de 30 toneladas e a torre deve corresponder de 10 a 20% deste peso, talvez. Isso teoricamente tornaria o veículo transportável pelo Millennium. Ou estou viajando demais?
        Obrigado.

        1. Deixa eu entender.

          Digamos que iremos para 01 conflito no meio da Amazonia e transportamos o Centauro SEM a torre para o meio da Selva, observando que podemos usar tanto pistas reativadas da FAB, como pistas alternativas (terra), pois o KC-390 tem capacidade de pouso, pergunto:

          Como reinstalar a torre? Pergunta simples.

    2. 65% de que? o que vamos aprender? torre? quem não garante que a oto-melara não ofereça visando a modernização dos leopard’s que tem uma torre superior (perfil, armamento e flexibilidade)…

  5. Muito interessante que compartilha 28% com o guarani, mas como foi feito feito essa conta, o Centauro completo(veículo+torre) ou só veículo?
    Quais os itens que são em comum, esse número pode ser melhorado?

    1. Esse numero se refere aos part numbers dos componentes comuns (spare parts) aplicados na fabricação entre a versão do Guarani do EB e o atual Centauro II do Exército Italiano.
      Na versão brasileira do Centauro II, caso seja escolhido, este percentual poderá ser ainda maior.

  6. Acho que é possível pois é de interesse que partes desse componentes ,o que for viável é claro, vá para as torres dos cascavéis e possivelmente para as torres do Leo’s…

  7. Muito interessante a reportagem. Quanto a comunalidade ser um fator decisivo é questionável porque toda peça nova terá que ser paga, a menos que queiramos canibalizar as viaturas que forem ficando quebradas. Outro questionamento colocado foi que o CENTAURO faz parte da família GUARANI. Até ontem era o único blindado desenvolvido para ser caça tanques sem ser uma adaptação. Se faz parte da mesma família e tem 30% de partes comuns o que será comum? O chassi, o motor, o sistema de freios, etc… Outra coisa importantíssima que não foi falada. Qual o Offset da IVECO? Ainda não vi. Outra coisa, como será o apoio de Suporte Logístico da IVECO? Será igual ao fornecido ao GUARANI? Isso é importante. Qual o feedback na parte logística em termos de satisfação do Exército do trabalho no tocante ao GUARANI. Quanto a munição 120 mm esqueceram de falar que ela custa só o triplo da munição 105mm e que se a NORINCO está oferecendo a munição tipo míssil 105mm dela o blindado da NORINCO engaja o Blindado da IVECO no mínimo com 1 km de distância e fura ele que nem faca na manteiga. Outra coisa, a elevação do tubo ST1 é de 45 graus e do CENTAURO acho que é 15 graus. Essa diferença de angulo do tubo do canhão permite o tiro indireto e o blindado chinês bate o sopé da elevação e o topo da elevação. O míssil Falarick da Ucrânia está derrubando helicóptero russo porque o sistema de tiro enquadra o alvo e dispara onde ele estará, pelo que parece o míssil ofertado pelos chineses faz o mesmo, já o CENTAURO acho que não. Agora na minha modesta opinião temos que ver o que as propostas nos oferecem em contrapartida da compra (offset), o tipo de financiamento e o que eles pretendem trazer para o Brasil. Outra coisa, chamar produto chinês de xing ling já passou dessa fase. Hoje tem apenas dois países que colocaram o homem no espaço e um veículo em Marte, e pelo que eu saiba é os EUA e a China. Quanto aos Cascavel, se a proposta do 8×8 for boa e o EB comprar uma quantidade boa a reforma do Cascavel vai ficar em uma pequena quantidade de carros…. convenhamos que o Cascavel já deu o que tinha de dar. Projeto de 1980 da ENGESA, peça nem em ferro velho.

    1. offset da IDV deve está relacionado a torre tendo em vista a possibilidade de vim a equipa os Leo’s e/ou substitutos dele…Sobre 105mm vs Centauro 2 a 1km, basta um tiro de 90mm e o estrago está feito independente se é um centauro 2 ou ST-1. Grau de elevação bem a torre da Cockerill também tem uma elevação de +40° sendo que esse canhão é superior ao do ST-1 e dos Leo’s 1A5 tendo em vista que ambos são baseados no L7’s que é um projeto mais antigo.

      Entre os 3 o LAV-700 e o Centauro não canibaliza as vendas do Guarani diferente do ST-1 que é baseado no VN-1. Claro que o Chile tem a FAMAE que produziu os piranha sobre licença mas acho difícil voltar a produzir ainda mais se tratando dessa versão. O problema de ser Xing Ling não nem ser de baixa qualidade que uns falam mas sim ter um preço muito baixo e matar a indústria local (regional) é um efeito muito próximo, ou até mesmo superior, ao FMS.

      1. Verdade Fábio, no Blindado LAV 700 o tubo do canhão eleva-se a mais de 40 graus, porém as vezes o carro canadense me lembra uma colcha de retalhos. O Chassi é de um projeto de transporte de tropas para os Marines americanos, o motor é Catterpilar, a torre é da Cockerill (inglesa) a General Dynamics, que está vendendo o blindado, é canadense e o míssil deles o Falarick é um projeto ucraniano e feito na Bélgica. Os canadenses devem ser bons de integração. Quanto a matar a indústria local gostaria de saber se a fábrica da IVECO em Sete Lagoas, Minas Gerais, só produz veículos militares. Se só produzirem produto de defesa aí ganhando ou não a concorrência vão quebrar, porém pelo que eu saiba em Minas eles produzem também veículos comerciais (caminhões) e de transporte de passageiros (ônibus). Porém se a gente olhar o site da IVECO vai ver que o BNDES também financia a IVECO em Sete Lagoas. Olhei para tirar a dúvida se eles só produziam material de defesa em Minas e descobri isso.
        Com relação a canibalização esse é um conceito “logístico” de retirar peças de um veículo blindado inservível e colocar em outro menos ruim para continuar funcionando parte da frota; isso não tem nada com vendas.
        Vamos ver o que vem pela frente.
        Agora, eu realmente estou curioso em saber o que vai ter de offset para o Brasil e para o EB por cada uma das empresa. O investimento é muito alto e tem que ter uma contrapartida descente.

    2. Os falarick nunca forma usados em
      Combate na Ucrânia. Eles são missões ucranianos e estão no estoque lá e foram oferecidos recentemente ao EB que os rejeitou. Sua informação não procede.

      O era claro no artigo do autor que o fato de ser desenvolvido e produzido pela mesma empresa traz os benefícios de possuir comunalidade de peças e suporte logístico. Coisa que nem chinês nem canadense podem oferecer.

      Se EB comprar equipamento chinês não vai conseguir integrar REMAX e nem sistemas de comunicação já utilizados pela força. Os rádios são ITAR. Aliás, a proposta canadense também é ITAR. O barato pode sair caro. Sinto que há interesses externos para acabar com o Guarani e substituir por outra família. Desmonte da indústria de defesa interessa a quem?

      1. Carlos, a sua observação: “Os falarick nunca foram usados em Combate na Ucrânia. Eles são mísseis ucranianos e estão no estoque lá e foram oferecidos recentemente ao EB que os rejeitou. Sua informação não procede.”
        Acho que a sua fonte deve estar equivocada. Os ucranianos estão loucos atras da munição para o Guepard que o Brasil tem e estão oferecendo de tudo, porém o Brasil está se posicionando de forma neutra no conflito e por isso não aceitou. Quanto a míssil ucraniano as informações que tenho é que ele é bom e inclusive derrubou helicóptero russo com de tiro com canhão com elevação tipo o do LAV e do ST1 (+/- 45 graus). Esse tipo de míssil é carregado pela boca do canhão do blindado e o tiro a partir daí pode ser todo computadorizado, como o alcance é de em média 5 km mandou o helicóptero russo literalmente pelos ares.

    3. A torre do Centauro II, que é o Hifact mk II (+ o Hitrole) permite a instalação tanto do 120/45 mm LRF quanto do 105/52 mm (que pesa cerca de 750 kg a menos).
      O 120/45 LRF pode lidar com uma pressão máxima de até 8200 bar.

  8. A ITAR (“International Traffic in Arms Regulations”): são os Regulamentos dos EUA sobre o Comércio Internacional de Armas – 22 C.F.R. § 120-130 – (Código de Regulamentações Federais dos Estados unidos da América), regulamentações administradas e executadas pelo DDTC (“Directorate of Defense Trade Controls, U.S. Department of State”) que controlam a exportação, reexportação e importação temporária para os EUA de Itens Militares. Eu acho que estamos ainda no Brasil com S e não com Z!
    Os rádios da IMBEL são sujeitos a ITAR ? Acho difícil.
    Por isso não é interessante comprar material com o aceito dos EUA, se a gente tiver que usar o material deles tem que pedir permissão.
    Países não têm amigos, países têm interesses.
    A legítima e última indústria de defesa nacional foi a ENGESA e foi destruída pelos EUA na licitação do blindado Osório na Arábia Saudita. Foi o famoso ganhou mais não levou e quebrou a empresa. Ou como dizem atualmente viraram para a ENGESA e falaram “PERDEU MANÉ”!
    o Sistema de Armamento Remotamente Controlado do Reparo de Metralhadora Automatizada X (SARC REMAX) é totalmente nacional, porém a UT-30BR que é uo sistema de armas que foi integrado à viatura blindada de transporte de pessoal média sobre rodas (VBTP MSR) 6X6 Guarani é de Israel (Unmanned Turret 30 mm Brazil (UT-30BR), fabricada pela Empresa ELBIT Systems).

  9. O LAV700 é ITAR conforme as reportagens publicadas pela fabricante do veículo. Como vão entregar em dois meses se precisa de autorização do governo dos EUA. Torço pelo Centauro II. Além de ser o melhor carro da concorrência, é de calibre 120mm.

  10. Ribeiro, sua informação está equivocada. O missil que derrubou o helicóptero russo não foi o Falarick, mas um STUGNA-P. São do mesmo fabricante, mas mísseis diferentes. O Falarick não foi empregado na guerra.

  11. Boa noite senhores,
    Isso para mim é conversa de botequim, porém interessante porque move paixões. O pessoal não está nem vendo a Copa! Hoje a Argentina perdeu para a Arábia Saudita! Por 2 a 1 de virada!
    Agora sério, o EB é muito maior e mais inteligente que todos nós juntos. Independente de quem vencer eu quero o melhor para o meu país. Quem vai escolher o blindado será os 4 estrelas do Exército e ali não tem achismos. Quem chega a General de Exército não é burro e eles serão muito bem assessorados.
    Quanto ao o que está sendo oferecido pelos três concorrentes o que tem falado mais é a IVECO, porém o blindado canadense também é muito bom. O motor Caterpillar do tanque canadense deve ser o mais potente também. A torre belga da Cockrill também é muito boa. O sistema de troca de tubos deles podendo oferecer diversas soluções é muito interessante. Inclusive saiu uma matéria hoje no site: https://www.riotimesonline.com/brazil-news/defense-updates/the-armored-lav-700-ag-of-gdls-the-main-rival-of-the-centauro-ii-in-the-8×8-program-in-brazil/ no qual diz que o blindado LAV 700 AG da GDLS é o principal rival do Centauro II no programa 8×8 no Brasil. Então podemos ver que o que não falta é palpite…..
    Faz alguns poucos anos que o blindado dos sonhos era o blindado japonês 8×8, porém eles têm uma proibição na constituição quanto a produção e exportação de material bélico por isso não foi pra frente.
    Com relação a um país em guerra como a Ucrânia com um paiol cheio de míssil sem usar isso eu duvido muito. Os ucranianos pelo que eu ouvi de fonte confiável está sim usando o Falarick em cima dos russos. Agora se vocês estiveram na frente de combate e têm informações mais atualizadas que as minhas desculpem.
    Quanto ao míssil FALARICK da Ucrânia vejam o site https://kbmia.com/artillery-en/round-comprising-antitank-guided-missile-falarick-90/ . Lá está escrito: “and helicopters” ….
    Um forte abraço a todos e uma boa noite.

  12. Está claro em todas as reportagens pagas pelo time da GDLS e da John Cockeril que estão oferecendo uma família de veículos, não apenas um para a VBC Cav. Ou seja, o objetivo é acabar com a Iveco e o projeto Guarani. Não acredito que o Alto Comando do Exército vai tomar uma decisão como essa que pode acabar com centenas de empregos especializados e introduzir equipamentos que vão mudar todo sistema logístico do Exército. Não há justificativa para isso. Não há justificativa para escolher um veículo muito inferior ao Centauro 2. O Brasil tem a chance de adquirir o melhor veículo do mundo e formar uma família com a frota já existente.

  13. Pergunta, como está a manutenção dos Piranha do CFN? Baixíssima disponibilidade, falta de atenção da fabricante e até o momento nunca instalaram centro logístico no Brasil. Como vai querer apoiar o LAV que é ainda mais complexo?

  14. Boa tarde a todos , muito interessantes todos os comentarios e pontos de vista .
    Porém a pergunta que não quer calar : Existe uma informação mais clara com relação aos off sets de cada um dos finalistas ? Na materia da T&D relacionado a oferta da Norinco existem alguns detalhes , mas desconheço completamente em relação a IDV e GDLS .
    Obrigado

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