Parceria com os Emirados Árabes coloca a Novaer na vitrine do mercado aeroespacial mundial. 

Desenvolvido pela Novaer em parceria com a empresa Calidus, dos Emirados Árabes Unidos, o B-250 é uma das principais atrações do Dubai Air Show, que termina nesta quinta-feira (16 de novembro), em Dubai.

Trata-se da única aeronave de ataque leve projetada no século 21, especificamente para realizar missões COIN (combate de insurgência), CAS (suporte aéreo) e ISR (inteligência, vigilância e reconhecimento) e de treinamento avançado. Para tanto, apresenta capacidade bélica superior, provisões completas para variados tipos de sensores e equipamentos, acelerações e razões de subida sem paralelo, além de autonomia de até 12 horas.

O lançamento da aeronave contou com presença do comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Nivaldo Rosato, e do Chefe do Estado Maior do Comando-Geral de Apoio (COMGAP), Major-Brigadeiro do ar José Augusto Crepaldi. Os executivos da Novaer foram também prestigiados pelo Secretário de Produtos de Defesa, Dr. Flávio Augusto Correa Basílio, representando o ministro Raul Jungmann, e o pelo Diretor do Departamento de Produtos de Defesa, Brigadeiro do Ar Paulo Roberto de Barros Chã. Eles estavam em companhia do embaixador do Brasil, Fernando Luis Lemos Igreja. O comparecimento das autoridades foi mais uma demonstração do fundamental apoio da Força Aérea Brasileira à indústria nacional de Defesa.

“A Novaer se sente honrada por merecer a confiança da Calidus nesta parceria para desenvolver o B-250. Acredito que nós correspondemos à expectativa realizando algo inédito na história da indústria aeronáutica. Concebemos, projetamos e fabricamos uma aeronave complexa e sofisticada, totalmente em fibra de carbono, e voamos o primeiro protótipo apenas 25 meses após o início dos trabalhos”, afirma Graciliano Campos, Diretor Presidente da Novaer.

A fibra de carbono permite minimizar o peso da estrutura e otimizar o processo de fabricação. Além disso, resulta em superfícies mais limpas aerodinamicamente, gerando menos arrasto. A razão para o uso intensivo de materiais compostos foi obter o resultado máximo do mesmo motor utilizado por praticamente todos os aviões da categoria.

Um diferencial importante do B-250 é o cockpit, maior e capaz de acomodar confortavelmente pilotos com uma altura de 1,57 a 2,00m, e aviônica Rockwell Collins, favorecendo longas viagens. O programa prevê a fabricação seriada de aeronaves nos Emirados Árabes Unidos.

O acordo com a Calidus permitiu que as exportações de serviços e produtos de alta tecnologia fossem incluídas na balança comercial brasileira para os Emirados Árabes Unidos, que até então era dominada por commodities, representando importante parcela das exportações totais para esse país. O custo do programa representa menos da metade de qualquer projeto dessa natureza já desenvolvido no mundo. Isso foi possível devido à estrutura “clean” da Novaer e à filosofia inovadora de gerenciamento de programas.

“A Novaer acredita que é hora de reverter a espiral divergente dos custos de desenvolvimento, particularmente na área da Defesa, em sintonia com orçamentos mais controlados. Acreditamos que a capacidade da Novaer de fornecer soluções eficientes e inovadoras para as aeronaves e seus sistemas nos trará novas parcerias além do programa B-250 e gerará novos negócios para ambas as empresas. A Novaer provou ser capaz de realizar desenvolvimentos desafiadores no setor aeronáutico e de defesa e estamos prontos para o próximo desafio “, afirma Graciliano.

O T-Xc/SOVI ao lado do B-250 Bader.

A empresa apresentou também no Dubai Air Show a aeronave T-Xc Sovi, na versão de treinamento militar primário/básico.

Empresa cresceu 10 vezes nos últimos três anos

Fundada em 1998 pelo engenheiro Luiz Paulo Junqueira, Novaer teve suas receitas aumentadas em cerca de 10 vezes nos últimos 3 anos.

Atualmente, a empresa ocupa uma área de 5 mil metros quadrados dedicada à engenharia, projeto e produção em São José dos Campos (SP).

Possui aproximadamente 200 funcionários, gerando cerca de 600 empregos indiretos e tem todas as mais modernas ferramentas de design, engenharia e produção, tendo sido a primeira empresa a usar o software “Catia V6” no campo aeronáutico na América do Sul.

A empresa já desenvolveu e fabricou aeronaves, componentes e sistemas para diversas Forças Aéreas e também para empresas estrangeiras.

As capacidades e competências da Novaer variam desde a concepção, desenvolvimento e industrialização de produtos específicos de acordo com os requisitos do cliente, incluindo a transferência de tecnologia, a análise, adaptação e modernização de produtos existentes.

A maioria dos profissionais especializados da Novaer é originária do cluster aeronáutico brasileiro, centrado em São José dos Campos. A equipe compreende um mix de profissionais veteranos de “cabeça branca” com jovens talentos que despontam no mercado.

A Novaer, que foi beneficiada com recursos não reembolsáveis da Finep em 2010, atingiu um nível de maturidade e faturamento que a permitiu retribuir, até o momento, em impostos aos cofres públicos valores bem superiores aos recebidos no passado. Por ser referência de retorno recursos de fomento do Estado na iniciativa privada, a Novaer entende que vale a pena investir no empreendedorismo brasileiro.

Foto do B-250 Bader prefixo PR-ZNT por Peter Steehower/AirShowPhotoGallery.

 

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