O Projeto T-27M – O Tucano “Modernizado”

A Força Aérea Brasileira (FAB) abriu uma licitação para modernizar a aviônica de 50 aeronaves de treinamento T-27 Tucano em uso na Academia da Força Aérea (AFA), de uma frota atualmente de 60 aviões.

O T-27 Tucano em dois momentos: operacional (ao fundo) e de instrução na Academia da Força Aérea (a frente). O Projeto T-27M deverá atender principalmente a frota da AFA. (Imagens: Roberto Caiafa)

A modernização dos aviões foi batizada de Projeto T-27M e a licitação é voltada a empresas nacionais, mas permite a empresas estrangeiras participarem em consórcio com as brasileiras.

Ainda não foi tornada pública a resposta das empresas ao RFP da licitação.

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Clique aqui para acessar os dados completos da licitação

O cockpit analógico de um T-27 Tucano quando empregado pelo EDA. (Imagem: Roberto Caiafa)

A modernização da aviônica, com retirada dos instrumentos analógicos, deverá incorporar painel do tipo “glass cockpit” nos postos dianteiro e traseiro, com uma tela colorida de 10 polegadas ou duas de 6 polegadas (medida diagonal) em cada posto, do tipo “touchscreen”.

Também estão previstas, em cada posto, duas telas menores, uma dedicada a informações de funcionamento do motor e outra a dados básicos de voo (em caso de emergência), esta última dotada de bateria própria.

AT-27 Tucano colombiano modernizado: painel glass cockpit com tres mostradores MFD, um layout similar ao A-29 ST.

A instalação dos novos sistemas não poderá impactar em modificações estruturais na cabine e fuselagem, e deverá ser compatível com a potência elétrica gerada pela aeronave. Também deverá resistir às manobras (carga G) do Tucano.

A FAB estipula 2 anos para realização do serviço, com 2 protótipos para certificação e 48 aeronaves de série, e estima o valor de 42,5 milhões de reais para todo o projeto (com a observação de que os itens são praticamente todos importados e que a estimativa leva em conta a cotação do dólar em janeiro).

O PAMA-LS, na grande Belo Horizonte, é um dos locais previstos para a realização dos trabalhos de modernização do Projeto T-27M. (imagem: Roberto Caiafa)

A modernização poderá ser feita pela contratada no PAMA-LS (Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa, MG) ou na BASP (Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos – SP) e a expectativa é que à modernização permita mais 15 anos de operação da aeronave.

As principais justificativas para a modernização dos T-27 Tucano são a obsolescência dos instrumentos analógicos, especialmente para voo IFR (por instrumentos), com dificuldade de reposição, e necessidade de compatibilizar a aeronave com os novos padrões de tráfego aéreo, tanto para ambientar os pilotos quanto para as missões fora da área da AFA, em deslocamentos mais distantes, que também são treinados.

Histórico do T-27 Tucano

O Tucano surgiu da necessidade da FAB de substituir a antiga aeronave de treinamento Cessna T-37, que seria descontinuada pela fabricante.

A Embraer, ciente da oportunidade, tornou o avião uma excelente ferramenta de aprimoramento profissional dos caçadores da FAB, inclusive possuindo alguma capacidade de ataque leve.

Células de T-27 estocadas no PAMA-LS: parque apoiador do projeto é o local mais indicado. (imagem: Roberto Caiafa)

Nascia assim uma máquina com desempenho notório, reconhecido internacionalmente.

As inúmeras características do T-27 fizeram com que o avião fosse exportado para países como Argentina, Colômbia, Venezuela, Peru, Paraguai, Honduras, Irã.

No Reino Unido, foi escolhido para se tornar aeronave de treinamento básico, licenciado e produzido localmente.

O protótipo do treinador voou pela primeira vez em 19 de agosto de 1980, com um desenho avançado para a época.

T-27 Tucano do Ensaios em Voo, na pista de SJC (Imagem: Roberto Caiafa)

Suas características acabaram tornando-se padrão para outras aeronaves de treinamento, com trens de pouso retráteis, assentos em tandem (um a frente do outro, sendo o de trás mais alto), pontos para utilização de armamento e, inclusive, sendo a primeira aeronave do gênero com assentos ejetáveis.

Possui grande autonomia de voo – quatro horas e meia somente com o tanque interno, robustez, comandos precisos, boa margem de manobra mesmo à baixa altitude, confiabilidade, visibilidade e capacidade de voo em diferentes condições climáticas.

T-27 Tucano com esquema comemorativo de 30 anos de Força Aérea Brasileira (imagem: Johnson Barros-FAB)

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