O Exército Brasileiro (EB) anunciou que a Viatura Blindada de Combate (VBC) Centauro II desenvolvida pela empresa italiana CIO, uma “joint venture” entre a Iveco Defence Vehicles (IDV) e a Leonardo, venceu a concorrência internacional do projeto de obtenção da Viatura Blindada de Combate de Cavalaria média sobre rodas (VBC CAV – MSR) 8X8.
Participaram da concorrência cerca de dez empresas estrangeiras e da relação inicial de participantes do certame restaram, além do consórcio italiano vencedor, cujo veículo oferecido era o único equipado com um canhão 120 mm, outras duas empresas, a canadense General Dynamics Land Systems (GDLS), que apresentou o blindado LAV 700 AG, e a chinesa NORINCO, com a VBC ST1-BR, ambos dotados de canhões 105 mm.
O Centauro II é considerado a referência em blindados sobre rodas, pois dentre os três finalistas é o único desenvolvido especificamente para este fim e não uma viatura blindada de transporte de pessoal adaptada. Com um peso aproximado de 30 toneladas, é equipado com uma torre Leonardo HITFACT MkII armada com um canhão de 120 mm, em operação no Exército Italiano.
O contrato de aquisição prevê um acordo de compensação (offset) por meio da transferência de tecnologia em diversas áreas, um meio eficaz para reduzir a dependência tecnológica da Base Industrial de Defesa nacional.
Em relação à fabricação da munição, que caberá à IMBEL, o consórcio vencedor ofereceu a transferência de conhecimento da munição 120 mm TP-T (Exercício) em um prazo de 36 meses, a partir da aquisição do lote econômico pelo EB.
O conhecimento e a capacidade para produção da munição HE (High Explosive – munição explosiva detonada por espoleta após o impacto), APDFSDS (Armor Piercing Fin Stabilized Discarding Sabot), conhecida comumente como munição “flecha”, e a TPCSDS (Target Practice Cone Stabilized Discarding Sabot Tracer – munição de exercício estabilizada por aletas e sabot descartável) bem como dos componentes adicionais fazem parte de atividades futuras a serem negociadas com o consórcio vencedor.
Com a produção da munição de exercício 120 mm para o canhão da nova Viatura Blindada de Combate de Cavalaria média sobre rodas, a IMBEL ingressa em novo patamar tecnológico, dando início ao gradativo e complexo processo de assimilação de conhecimento, visando o domínio completo da tecnologia de fabricação das demais munições utilizadas pelo canhão da VBC Centauro II.
Respostas de 14
Excelente esta parceria, e a produção local das munições de suas forças armadas é que garante parte essencial da logística de guerra de uma nação.
Isso deixa claro qual o calibre do próximo MBT. Falando nisso será que vem aí a compra das torres do Centauro para colocar no Leopard?
Espero muito que se concretize e que nossos Leo 1A5 BR M fiquem super fodões !!!
o que quer dizer muniçao de exercicio
Munição usada apenas para adestramento, não possui o mesmo efeito de uma munição real
Geralmente são munições com menor carga explosiva, para quando disparadas causarem menos desgaste ao canhão.
já é um bom começo para a Imbel.
Prezados, como leigo gostaria de saber sobre a torre. se remuniciamento automática, estabilidade de tiro, quantidade de munição. grato
Minha única ressalva é COMO esse precesso está andando. “Toma aqui a munição de exercício, o resto, que realmente importa, depois a gente vê”… Isso invariavelmente é assinar que a transferência nunca ocorrerá e a Imbel tera que pagar “preço cheio”.
Esse tipo de transferência já tinha que estar no contrato, que parece ter sido feito a toque de caixa, vide a novela que está sendo.
Pra quem acompanhou o FX desde sua primeira versão, a escolha do submarino, além do próprio Guarani desde os primeiros requisitos esse processo foi muito estranho em sua rapidez para fechar uma compra tão grande.
Vilmar, a toda e qualquer transferência começa com tecnologias mais básicas, a munição é o primeiro passo para que se possa produzir munições operativas. Apesar da velocidade de escolha e aquisição do vetor, o processo de levantamento de requisitos e contrapartidas já vem sendo estudado a pelo menos 10 anos.
A demora em processo de licitação está na transferência de tecnologia, na munição, no armamento e nos acessórios. O Brasil precisa parar de pensar pequeno e partir para investimentos em casa de forma a deixar a iniciativa privada com a parte de tecnologia e associar com empresas de ponta. Para começar as FFAA deveria criar uma empresa pública de viaturas operacionais e blindadas em geral, com um parque industrial voltado para área de segurança e defesa. Já estivemos próximo com a Engesa, Bernadini e Moto Peças. Enquanto não fortalecer um parque industrial sobre rodas e lagartas de viaturas de segurança e defesa, vamos passar a vida licitando material com transferência de tecnologia onde um geração inteira de militares não consiga transferir conhecimento.
Concordo 100%.
Tinhamos projetos e fabricas para produzir, os americanos batalharam para impedir esse desenvolvimento.
Sou a favor, de montar um parque industrial, com tecnologia nossa.
O custo operacional, e o repasse do conhecimento , seria mais viável ao país.
já está em tempo, de fazermos isso.
Independência bélica.
gostei dos comentários, mas gostaria de acrescentar que, eu ficaria muito feliz se o nosso país não dependesse de GPS. gostaria de termos nossa própria tecnologia incorporada na nossa defesa.