Exercício Zarabatana VI: Desafios do Esquadrão Poti

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A sede do 2º/8º GAv, Esquadrão Poti, fica na cidade de Porto Velho, em Rondônia, próximo à fronteira com a Bolívia. Mas temporariamente, por 17 dias, a casa da unidade passou a ser o Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV), no sul do Pará. São cerca de 1.500 quilômetros longe de casa. Para que essa unidade da Força Aérea Brasileira (FAB) possa cumprir sua missão fora de sede, é preciso organização e logística, além de envolver a superação de alguns desafios.

Para transportar quase 10 toneladas de material necessário ao exercício operacional Zarabatana VI, uma aeronave de transporte C-130 Hércules foi mobilizada para apoiar o desdobramento. A maior parte do efetivo embarcou em um C-105 Amazonas. Seis helicópteros AH-2 Sabre deslocados para a atividade, transportaram o restante da carga e mais militares. “Um dos maiores desafios é prever tudo o que você pode precisar sem trazer coisas em excesso”, explicou o comandante do Esquadrão Poti, tenente-coronel Rodrigo Gibin Duarte.

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Desdobramento de unidade aérea exige capacidade de mobilidade logística.

Operações desdobradas fazem parte das atividades de uma força aérea. Tudo começa com um plano de mobilidade que proporcione para a unidade aérea condições operacionais em uma localidade que não tenha infraestrutura aeronáutica de costume sem perder a operacionalidade. “Em um combate real, um dos primeiros locais a serem alvejados são seus hangares, a sua pista de pouso e suas aeronaves. Então você tem que tirar seus equipamentos e pessoal de lá”, contou o tenente-coronel. Por este motivo, o exercício Zarabatana VI serve não só para emprego de armamentos, mas também para treinar mobilidade e manutenção.

Todo o efetivo do esquadrão se envolve direta e indiretamente na missão, mas o setor de material é um dos mais exigidos. “Nós utilizamos estatísticas para saber o que vai e o que fica, é praticamente uma questão de lógica. Quando a aeronave é nova o desafio é maior, pois no começo não sabemos que tipo de necessidade o helicóptero apresentará fora de sede”, afirmou o chefe da Seção de Material do 2º/8º GAv, capitão Alexandre Zolin Neto.

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Além de emprego de armas, a Zarabatana VI está servindo para treinar pessoal de apoio.

Entre os materiais transportados estão ferramentas, peças para manutenções pontuais, equipamentos de apoio no solo e fonte. Quem fica em sede permanece em alerta, caso seja preciso o envio de algum material. A quantidade de carga varia conforme a natureza e o tempo do exercício. O preparo para uma missão como a Zarabatana VI leva em média uma semana, sendo que nessa etapa os materiais são separados, checados e pesados. Além dos pilotos, especialistas em mecânica de aeronaves, armamento, elétrica, eletrônica, equipamento de voo, suprimento, estrutura e pintura estão envolvidos no exercício.

Os militares empregam checklists para assegurar que tudo esta de acordo com as necessidades. Com base neles são feitas verificações de equipamentos e pessoal. Com o tempo e a experiência, as listas são melhoradas. “Com as lições aprendidas de outros deslocamentos, nós vamos complementando esse plano de mobilidade. E a gente aprende com outros esquadrões, com militares que vêm transferidos de outros locais. É uma sinergia de esforços para que tudo dê certo”, finalizou o comandante do Esquadrão Poti.

Ivan Plavetz

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