Evento sobre DRONES reúne empresas e instituições oficiais

Entre os dias 10 e 12 de maio aconteceu, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, o Drone Show Latin America 2016, evento que reuniu mais de 50 empresas especializadas no desenvolvimento, fabricação e prestação de serviços em diversas áreas  envolvendo os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), ou drones como também são conhecidos.

Além de empresas, o evento contou com a participação de representantes de instituições oficiais como a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), responsáveis pela fiscalização e regulação da atividade em franco processo de disseminação e diversificação no Brasil.

Nos mais de 50 estandes da mostra, os visitantes puderam conhecer aeronaves sem piloto de vários tipos, entre eles, os multirotores de diversos tamanhos, classe que por suas características de pouso e decolagem verticais, capacidade de hovering (voo pairado) e autonomia de várias horas, é cada vez mais empregada nos meios urbanos para execução de uma ampla gama de tarefas. Além das plataformas aéreas, também esteve em exibição um diverso conjunto de sistemas embarcados (sensores, entre outros) e de apoio terrestre.

Echar 20C da XMobots, drone projetado para tarefas de mapeamento. (Imagem: Ivan Plavetz)
Echar 20C da XMobots, drone projetado para tarefas de mapeamento. (Imagem: Ivan Plavetz)

Durante a mostra foram realizados seminários, cursos, debates e palestras sobre inúmeros tópicos, destacando-se o desafio da regulamentação oficial do emprego de drones no Brasil, levando-se em conta cada atividade em que as aeronaves atuam.

Entre as aplicações abordadas figuram o geolevantamento aéreo, filmagens aéreas profissionais, ações  aéreas de vigilância sanitária, ações de segurança pública e particular, também na agricultura, inspeção de grandes obras, monitoramento ambiental, homeland security e defesa. Além dessas tarefas, drones multirotores e de asas fixas podem ser preparados para inspecionar linhas de transmissão de energia, gasodutos, oleodutos, aquedutos e infraestruturas viárias.

Entre as novidades apresentadas, figura o emprego dos drones no combate à grave infestação do mosquito Aedes Aegypti. As aeronaves são capazes de realizar uma apurada varredura fotográfica e localizar potenciais focos de criação do mosquito que em muitos casos estão fora do alcance visual das equipes de inspeção terrestre. Além disso, drones experimentais estão sendo desenvolvidos para aplicação de larvicidas com grande precisão graças ao uso conjugado de sistema de georeferênciamento com laser pointers (sistema de pontaria) embarcados, sendo que o primeiro registra coordenadas de cada um desses focos para posterior análise, tomada de decisões e implementação de ações.

Carcará II da Santos Lab é empregado pelo Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil. (Imagem: Ivan Plavetz)

Além do exemplo anterior, os drones vêm prestando relevantes serviços nas ações de prevenção e avaliação de desastres naturais. Monitoramento de processos de erosão do solo, avaliação das consequências de enchentes, monitoramento e controle de incêndios florestais, e delimitação de áreas de riscos, são apenas algumas das inúmeras missões que podem ser atribuídas aos drones.

Na área de segurança pública e privada, destaca-se as atividades de segurança perimetral de diversos tipos de áreas restritas, como por exemplo, de  organizações governamentais, indústrias, condomínios, propriedades privadas como fazendas, combate a diversos delitos, entre tráfico de drogas, assaltos, invasões, contrabando e distúrbios civis. O emprego de drones nessas atividades está mudando os tradicionais conceitos de vigilância, detecção e tomadas de decisões, registrando-se entre as vantagens maior discrição ou furtividade operacional, mais rapidez operacional com menores riscos ao elemento humano e redução de custos.

Especificamente na área de segurança pública, os  drones estão emergindo como eficazes ferramentas de apoio às ações das corporações de bombeiros notadamente na coordenação de combate a incêndios.

Por suas características de voo, drones multirotores estão sendo empregados numa vasta gama de tarefas. (Imagem: Ivan Plavetz)

Recentemente, o Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), impelido pelos bons resultados proporcionado pela utilização da tecnologia por ocasião do grande incêndio ocorrido no inicio de abril de 2015 no conjunto de tanques do terminal da Ultracargo na Alemoa, em Santos (SP), iniciou avaliações em meados do mesmo ano para aquisição de duas Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP).

De acordo com o capitão Leomar Lopes Wanderley, chefe da Seção Técnica da corporação, trata-se de dois drones DJI Phantom 2 Vsion PVT 581. Conforme o oficial PM, os treinamentos das equipes destacadas para opera-los foram iniciados no segundo semestre do ano passado. O capitão Leomar destacou que o emprego de drones nas operações dos bombeiros beneficia ações como identificação, distribuição e remanejamento das equipes de combate à incêndios de acordo com a progressão da emergência, capacidade de monitoramento global da área sinistrada, geração de imagens em tempo real para o comando e gravação das mesmas para posterior analise.

(Imagem: Ivan Plavetz)

A PMESP discute o emprego de drones em outros tipos de missões. É oportuno lembrar que a  Policia Militar Ambiental do Estado de São Paulo foi pioneira no emprego de drones para monitoramento ambiental, recebendo um VANT Tiriba fornecido pela AGX Tecnologias. Outras corporações policiais do Estado de São Paulo e de algumas unidades da federação já empregam essas plataformas como recurso aerotático.

Na área militar, a Força Aérea Brasileira (FAB) já opera VANTs de médio porte como os israelenses Hermes 450 e 900 ambos desenvolvidos e produzidos pela Elbit Systems. O Exército Brasileiro possui unidades do VT 15 e Horus FT 100 Horus fornecidos pela brasileira FT Sistemas. O Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil emprega drones da Santos Lab incluindo o Carcará II, sendo que a MB pretende adotar essas aeronaves para equipar alguns de seus navios.

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Apesar da crise, a expectativa é de que o mercado de drones no Brasil movimente até R$ 200 milhões em 2016. (Imagem: Ivan Plavetz)

A Polícia Federal introduziu o Heron 1 da Israel Aerospace Industries (IAI), modelo  empregado notadamente na vigilância de fronteiras para combater atividades ilícitas transnacionais.

Ivan Plavetz

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