DCNS – Presente e Futuro

Tahya Misr_34
Hervé Guillou, CEO da DCNS, ladeado por Guilherme Wiltgen e Luiz Padilha, do site parceiro Defesa Aérea e Naval

De Toulon, França – A revista Tecnologia & Defesa, a convite da DCNS, visitou as instalações do estaleiro na Base Naval de Toulon, e pôde ver de perto a capacidade que o grupo possui, fornecendo total suporte à Marine Nationale (MN). A Base Naval de Toulon, sede da frota no Mediterrâneo, é o homeport do navio-aeródromo Charles de Gaulle (R-91).

Na oportunidade foi possível o acesso à fragata antiaérea Jean Bart (D-615), que se encontrava docada realizando um período de manutenção geral (PMG). A participação da DCNS em Toulon, com o seu centro de reparos e manutenção, é fundamental para a MN, podendo se estender para clientes internacionais.

A fragata antiaérea Cassard (D-614) entrou em serviço em 1988 dando nome à Classe, e a Jean Bart é a segunda e última da mesma, entrando em serviço em 1991. Está sendo totalmente retrofitada, ou seja, todos os seus equipamentos estão sendo modernizados/atualizados, o que permitirá ao navio, cumprir sua missão por muitos anos ainda. Na ocasião foi possível ver o aviso tipo A 69, da Classe d’Estienne d’Orves, Commandat Birot, passando pelo mesmo tipo de manutenção. Com a venda da fragata FREMM Normandie para a Marinha do Egito, a Marine Nationale teve o recebimento das FREMM atrasado, e como precisa manter um número adequado de navios para suas missões, decidiu pela modernização da Jean Bart.

Aviso A69 Commandant Birot
A69 Commandant Birot

Após a visita à fragata, a reportagem foi apresentada à vice-presidente sênior da divisão de serviços, Nathalie Smirnov, que explicou a importância do setor de reparos e manutenção para a frota da MN. T&D perguntou sobre a participação da DCNS na eventual modernização do navio-aeródromo São Paulo, da Marinha do Brasil, e a executiva disse que caso seja levado adiante o programa de modernização do navio, seria feita em módulos, isto é, nem tudo passaria pela empresa, mas as etapas mais importantes sim. Porém, como a modernização ainda não foi decidida, nada mais poderia ser dito.

”Estado-da-Arte”

Não faltou na programação a visita ao Sistema de Gestão de Combate SETIS®, multifunção, para navios de superfície. A DCNS o desenvolveu para suprir as necessidades operacionais no século 21. É oferecido em duas versões: Combate Integrado, para corvetas ou fragatas ligeiras; e Combate Superior, para fragatas e destróiers. O SETIS® integra uma ampla gama de equipamentos, sensores e armas de longo alcance, fornecendo a capacidade de conduzir, simultaneamente, todos os tipos de ações de defesa e ataque com rapidez e precisão. Uma das suas características é a preocupação com a interface da parte ergonômica e intuitiva, aumentando a capacidade de reação da tripulação nas operações.

SETIS CIC - COC
Combat Information Center

No Combat Information Center, (CIC, chamado na MB de COC – Centro de Operações de Combate), todos os consoles são integrados através dos computadores táticos, que recebem dados do radar de navegação, do radar 3D com IFF, do sonar de casco, do sonar rebocado (towed array), do datalink tático que podem ser (Link 11, Link 16 e Link 22), radar de contra-medidas eletrônicas, ECDIS (carta náutica eletrônica), consoles no passadiço, GPS, lançadores de decoys, sistemas de armas (torpedos, canhões, mísseis antinavio e antiaéreos, e radar de direção de tiro, fechando o circuito. O sistema processa todas as informações em alta velocidade, conferindo à tripulação total condições de atacar e se defender com eficácia no moderno teatro da guerra naval. Horas são necessárias para se planejar e programas missões, minutos para engajar um alvo, mas para a defesa do navio, a tripulação conta apenas com segundos.

Já na cidade de Lorient, T&D reviu as instalações onde são construídas as fragatas FREMM e as corvetas Gowind. Duas FREMM estão com ritmo acelerado em suas obras (Auvergne e Ausace). Construídas em blocos, foi possível observar partes prontas em diferentes locais, que na reta final serão adicionadas formando o corpo completo do navio. No prédio onde as duas corvetas Gowind 2500 estão sendo construídas para a Marinha do Egito, chamou a atenção o módulo onde serão instalados os sistemas eletrônicos dos navios. Ele é composto por três andares, onde o radar e demais sensores serão instalados.

Poderosa e moderna

[2014-08-27] GOWIND 2500 en action
Corveta Gowind 2500

A Gowind 2500 é uma corveta multimissão com características stealth desenvolvidas pela DCNS, e tem a função de prover vigilância de superfície, missões antissubmarinas e escolta em missões navais. O navio pode ainda executar vigilância marítima e missões de policiamento contra o tráfico de drogas/armas e pirataria. Com o sistema SETIS® instalado, a Marinha do Egito não terá dificuldades na transição de suas tripulações, pois o mesmo sistema está em sua novíssima fragata FREMM, Tahya Misr (DDG-1001), recém incorporada.

O navio possui um convoo e um hangar, dando-lhe a capacidade de operar permanentemente com um helicóptero de até 10 toneladas e um drone aéreo. As Gowind 2500, da Marinha do Egito, serão armadas com um canhão OTO Melara, de 76 mm, dois canhões de 20mm Nexter Narwhal, 16 mísseis superfície-ar VL Mica, oito mísseis MM-40 Exocet, antinavio, e dois lançadores triplos de torpedos.

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Fragata FREMM, Tahya Misr

No encerramento do rápido tour ficou reafirmada a convicção de que, novamente, T&D pôde visitar um conglomerado industrial naval moderno, atual e que está sempre pensando no futuro, projetando navios de superfície e submarinos, olhando para muito além do futuro próximo.

Luiz Padilha

Tecnologia & Defesa registra seus agradecimentos à DCNS pela oportunidade de poder estar novamente em Toulon e Lorient, para onde já viajara em 2008. Nesta oportunidade, o jornalista Francisco Ferro, editor de T&D, foi representado por Luiz Padilha, um dos editores do site Defesa Aerea e Naval, parceiro da revista.

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