Carabinas CTT40C para a PMERJ

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Na essência, a CTT40C é uma versão apenas semiautomática da submetralhadora SMT40 da Taurus. (Imagem: Taurus)

O assunto começou a circular na mídia em dezembro do ano passado, quando o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, em depoimento na Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa, afirmou que iria retirar os fuzis (supostamente, Colt M16A2 Commando, calibre 5,56x45mm, e FAL, 7,62x51mm) das mãos dos policiais lotados nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e que, num prazo de aproximadamente um mês, mil carabinas calibre .40 S&W seriam entregues à tropa. Isto teve certa repercussão negativa em diversos setores internos da Polícia Militar (PMERJ), assim como em sites especializados em armamento e segurança pública, além de comentários de igual teor nas chamadas redes sociais.

Logo em seguida, segundo notícia veiculada pela revista Veja na Internet, o secretário teria voltado atrás com a divulgação, em nota fria e curta, de que “Não há previsão de retirada dos demais armamentos à disposição dos policiais”. Várias fontes da PMERJ, consultadas informalmente por T&D, vieram com respostas como “Não temos a menor idéia do que está sendo planejado”. E o tema parecia ter morrido.

Agora, na metade de janeiro, chegaram a T&D informes de que, realmente, já foi assinado um contrato para a aquisição de mil carabinas Taurus CTT40C, calibre .40 S&W, e que um pequeno lote será destinado, inicialmente, ao Comando de Operações Especiais (COE), que deverá ser responsável por dar instrução à tropa sobre o novo armamento. O destino final parece ser, de fato, as UPPs. Há indicações de que todas as entregas poderão ser completadas até o final do primeiro trimestre de 2016. Pedidos urgentes de confirmação oficial do contrato, enviados por e-mail à Forjas Taurus e à Assessoria de Comunicação da SESEG/RJ, não geraram qualquer resposta até o fechamento desta nota.

A CTT40 (Carabina Tática Taurus calibre .40S&W) é uma versão de funcionamento apenas semiautomático da submetralhadora Taurus SMT40, com a qual compartilha dimensões principais (cano de 200mm; comprimento total com coronha estendida máxima, 760mm; comprimento com coronha rebatida, 470mm) e pesos (3,3 Kg com carregador vazio). Além de um longo trilho Picatinny integral à parte superior da caixa da culatra, para acessórios, também pode receber trilhos adicionais, mais curtos, na área do guarda-mão.

Recorda-se que, no final da década de 1990, a Polícia Militar fluminense recebeu certa quantidade de carabinas .30 M1, calibre 7,62x33mm, doadas pelo Exército Brasileiro, que as tinha em antigos estoques. As armas estiveram em serviço durante alguns anos, numa fase em que a PMERJ não dispunha de quantidades adequadas de fuzis para enfrentar a já crescente criminalidade na capital.

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Carabina .30M1 doada pelo EB nas mãos de um militar da PMERJ no final da década de 1990. Observar que a arma está sem o habitual carregador de 15 tiros, já que estava sendo usada para uma demonstração, em quartel. (Imagem: Ronaldo Olive)

O assunto “carabina” voltou à baila no Rio de Janeiro em julho de 2008, já na administração do secretário Beltrame, quando foi anunciada a compra de 1.550 carabinas Taurus-Famae CT30, também no calibre 7,62x33mm (.30 Carbine), que seriam destinadas a equipar os diversos batalhões da PM atuando no policiamento ostensivo. As armas foram devidamente entregues havendo, inclusive, sido empregadas em ações importantes, como na amplamente divulgada tomada do Complexo do Alemão,em novembro de 2010.

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Soldados da PMERJ com carabinas Taurus-Famae CT30 durante a cinematográfica ação de tomada do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, em novembro de 2010. (Imagem: Robert Draiks)

As carabinas, todavia, apresentaram alguns problemas de funcionamento e segurança e o lote foi devolvido à fábrica para possíveis reparos, o que parece acabou não acontecendo.

Ronaldo Olive

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