Ares Aeroespacial apresenta o AC-1, Veículo Blindado 4×4

O estande da ARES Aeroespacial reservou uma das maiores novidades da LAAD Security 2018, um novo veículo blindado 4×4 desponta no mercado, o AC-1. Para conhecer um pouco mais sobre esse carro, Tecnologia & Defesa entrevistou o engenheiro Odilon Lobo de Andrade Neto, ex-membro da ENGESA e da ENGEPEQ, responsável, ente outros, pelo desenvolvimento do Carro de Combate Osório.

O engenheiro Odilon Lobo de Andrade Neto. (Imagens: Roberto Caiafa)

1- Qual é o conceito por trás do projeto do AC-1?

Odilon: É um projeto totalmente novo, monobloco, independente de chassis de terceiros, que utiliza partes e peças totalmente nacionais, desenho e concepção totalmente brasileiro, o protótipo foi construído em Santa Amaro (SP). O conceito é simples, trata-se de um volume conhecido e protegido contra 7,62 mm perfurante, ou seja, oferecendo uma disponibilidade com alta mobilidade. Trata-se de uma viatura de primeira resposta, que pode atuar como reconhecedora, exploradora, e na versão mais sofisticada, pode atuar como comando e controle e observação, se dotada de sensores específicos. Também pode executar operações policias especiais, ou atuar em GLO, quando seria a viatura de pronta resposta com alto fator de proteção.

2- O que estamos vendo aqui na LAAD Security Security 2018 é um mock-up ou é um protótipo?

Odilon: Já é um protótipo funcional, mais ainda bastante simples. Vamos iniciar seu programa de avaliações em dois meses. Após essas primeiras impressões, o carro deverá ser avaliado pelo Centro de Avaliação do Exército (CAEx), apesar de o projeto ainda não atender a todos os requisitos operacionais básicos colocados pelo Exército. Modificações serão introduzidas para que o AC-1 possa ser avaliado pela Força Terrestre.

3- Qual a configuração atual do protótipo?

Odilon: A motorização é Cummins 2.8 litros com 150 cavalos, peso de 5,5 toneladas em ordem de marcha, blindagem feita de aço balístico com a aplicação de uma manta de blindagem complementar (blindagem composta Ultrapoly da COMTEC). Ainda estamos avaliando a melhor espessura do aço balístico e da manta, o objetivo é alcançar um nível de proteção STANAG II (munição 7,62 mm perfurante) com possibilidade de chegar a STANAG Plus (7,62 mm reforçado carga super). Todos os componentes são nacionais, motor, câmbio, semi eixos e eixos. O carro não possui proteção anti-minas no seu assoalho. O volume disponível prevê quatro tripulantes, com a possibilidade de um quinto elemento de pequena estatura.

4- Quais seriam os armamentos empregados no carro?

Odilon: O propósito da viatura é o emprego dual segurança/militar. Em uso militar, o carro está capacitado para receber a REMAX, da própria Ares Aeroespacial, tanto no calibre mais pesado, em 12,7mm, quanto a arma de 7,62mm. Também pode empregar sistemas de mísseis e/ou foguetes solo-solo, entre outras possibilidades. Para uso na Segurança Pública, as possibilidades são inúmeras, dependerá mais dos requisitos de cada cliente, o volume disponível permite diversas adaptações. As blindagens transparentes são fornecidas pela Supertec, que está devidamente registrada no Exército Brasileiro atendendo a todas as cláusulas das normas RETEX (Requisitos Técnicos do Exército).

5- Qual a participação da Diretoria de Tecnologia e Modernização da Polícia Militar da Bahia (DTM PMBA) no desenvolvimento do protótipo do AC-1?

Odilon: Eles (DTM PMBA) entraram no processo de desenvolvimento e existe uma expectativa de testarmos o carro nos sertões baianos (caatinga, semi-árido), mas deve-se ressaltar que o AC-1 será homologado para atuar em qualquer parte do território nacional. Esse tipo de parceria com Forças de Segurança Pública nos fornece uma enorme quantidade de dados, especialmente o “feeling” e a experiência dos operadores/motoristas e tripulantes, aqueles que efetivamente vão depositar suas vidas e integridade física na proteção balística que o AC-1 oferece.

6- Qual a expectativa da ARES para colocar o AC-1 no mercado?

Odilon: Temos esses dois meses de trabalho até o AC-1 começar a rodar nos testes, e os ensaios devem tomar mais dois a três meses, e com isso estaremos aptos a avaliações não só de possíveis clientes como também do Exército Brasileiro via CAEx. Em 2019, esse caro já estará disponível no mercado brasileiro de veículos blindados 4×4 de emprego dual, e disponível também para exportação.

 

Entrevista concedida a Roberto Caiafa durante a LAAD Security 2018

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