Foi publicado no Boletim do Exército (BE) de hoje, dia 09 de setembro, as Portarias EME/C Ex Nº 847 e 848 que aprova os requisitos operacionais (EB20-RO-04.060) e técnicos, logísticos e industriais (EB20-RTLI-04.066) da viatura blindada de combate – carro de combate corrente (VBC CC Corrente), revogando as portarias anteriores, dentro do Programa Estratégico do Exército (Prg EE) FORÇAS BLINDADAS.
Com estes documentos o Exército Brasileiro dá inicio ao processo que foi iniciado em dezembro de 2020, com a Portaria EME/C Ex Nº 279, que visa à modernização das VBC CC Leopard 1A5BR para que fiquem aptas a cumprir sua função até a chegada de seu sucessor (Projeto VBC CC Futuro).
O projeto original propunha a obtenção de 116 unidades modernizadas, das 220 em carga, estendendo sua vida útil por pelo menos 15 anos, considerando o prazo até 2037, além do planejamento e implantação do Suporte Logístico Integrado (SLI) durante esse período, porem, em apresentação recente da Diretoria de Material (DMat) ao Estado-Maior do Exército (EME), este numero caiu para apenas 52 viaturas, a serem modernizadas entre 2024 e 2030, o que pode ser um indicativo de que o programa de seu sucessor esteja próximo.
Outro ponto a ser considerado, além da modernização de seus sensores e sistemas, foi o Requisito Operacional Absoluto (ROA) 19, que cita “Possuir, como armamento principal, um canhão com calibre entre 105 mm a 120 mm (cento e cinco milímetros a cento e vinte milímetros)”, o que aponta para a possibilidade de mudança da torre, como as apresentadas pelas empresas Leonardo e Jonh Cockerill.
Espera-se, para ainda este ano, o lançamento da consulta pública (“request for quote” – RFQ), com o objetivo de sondar o mercado nacional e internacional acerca da capacidade de fornecimento destes sistemas, e que o contrato seja assinado em 2024, já havendo sido sondadas as empresas nacionais Ares, Equitron e KMW do Brasil, e as internacionais Krauss-Maffei Wegmann, FFG, Jenopitik e Rheinmetall Landsysteme (Alemanha), Jonh Cockerill Defense (Bélgica/França), Goriziane Group (Itália), IAI (Israel), Aselsan (Turquia) e RUAG (Suíça).
Copyright © 2022 todos os direitos reservados
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida em qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônica ou mecanicamente, exceto nos termos permitidos pela lei, sem a autorização prévia e expressa do titular do direito de autor.
Respostas de 19
Eu creio que a diminuição também se deve a mudança no escopo original que estava mais p/ uma atualização e agora realmente ao abrir a possibilidade de troca torre sinaliza uma verdadeira modernização ( que logicamente acarreta em custos bem mais altos ) que também servirá de redução de gap tecnológico entre o Leo1 e a futura VBC CC, preparando as tripulações e modernizando as doutrinas p/ o que virá.
Como sempre Paulo Bastos dando show, ótima noticia. O que animou foi “Possuir, como armamento principal, um canhão com calibre entre 105 mm a 120 mm (cento e cinco milímetros a cento e vinte milímetros)”, a torre Hitfact II seria perfeita para a transição a um novo vetor de combate, esperamos que realmente ocorra em breve a substituição.
Uma pequena correção no quarto paragrafo, onde lê-se o nome da empresa Leopardo, o correto seria Leonardo. Mas até que soaria um bom nome para a junção do Leopard 1A5BR+Hitfact II, rsrsrs.
Obrigado pela informação e já foi corrigida 😉
Paulo, existe alguma novidade com relação a atual citação das empresas de defesa da Alemanha? Havia visto em reportagens da mídia não especializada que com o verdadeiro caos do abastecimento elétrico por lá várias indústrias tinha paralisado produção e outras até fechado as portas por supostamente ser “inviável economicamente” de se produzir por lá.
Paulo, reparei também nesse documento, que a blindagem pode ser aumentada. No documento anterior havia um dispositivo que expressamente afirmava que não seria aumentada a blindagem. Nesse novo documento há um requisito desejável que a blindagem seja equivalente a 900mm RHA.
Requisitos desejados interessantes: é a possíbilidade de receber APS e de receber implemento para baixar a assinatura térmica/radar; sobre blindagem seria RHA de 600mm no compartimento de combate e blindagem composta de 900mm RHA; e ter a capacidade de usar munição com capacidade de penetração de 400mm (RHA) a 2.000m
O ROA-30 parece q tá com erro pois são 39 munições de 105mm vs 10 de 120mm.
possibilidade*
o documento diz no minimo 10 de 120mm, com certeza nao sera so mente 10 tiros de 120m
Perceba que esse mínimo é no total armazenado no MBT é um numero pequeno até mesmo pra um Centauro II
A quantidade de 52 unidades corresponde à equipar um esquadrão de cada um dos 4 RCC’s com 13 viaturas modernizadas. A pergunta que eu faço: os 3 esquadrões restantes em cada RCC, continuarão operando com a versão atual, não-modernizada? Ou cada RCC operará apenas com uma quantidade reduzida, somente um esquadrão, com 13 viaturas?
Bom dia, Flanker.
Imaginando que todas as unidades sejam preenchidas com uma parcela desses carros, não é errado afirmar que os mesmos potencializariam as capacidades dessas unidades, ampliando, com seus novos sensores, a consciência situacional como um todo… mesmo considerando o número limitado.
Poderia ser um pelotão por esquadrão que ainda assim valeria a pena, já que, no que tange a sensores e todos operando como unidade integral, se pode pensar em um número reduzido de veículos por unidade militar que o efeito ainda assim seria visível. Tudo dependeria de uma comunicação integrada entre os veículos modernizados e os veículos que continuarão tal como estão.
É lógico supor isso, escorado no simples fato de que a quantidade é muito rala para proporcionar um significativo aumento no poder de fogo, e não haverá, então, qualquer aumento substancial no poder de choque em si. Por tanto, não haveria préstimo maior que proporcionar sensores a unidade como um todo.
Concordo plenamente, caro RR. Os modernizados seriam o irradiador da consciência situacional, digamos assim, e operariam apoiados por viaturas não-modernizadas. E, como vc falou, tendo em vista a pequena quantidade modernizada, implicará em manter unidades sem modernização em operação.
Aguardemos. E vamos torcer e aguardar pela decisão, o mais breve possível, pelo novo MBT do EB.
Mas será que vai compensar a modernização dos Leopard 1a5? Com 201 Cascavel 6×6 modernizados, +221 blindados 8×8 com canhão de 120mm e armas secundárias, eu acredito que não seja necessária a modernização dos Leopard 1a5. O Brasil possui um arsenal bélico muito grande de armas anti-carro também.
Acho que o ideal seria economizar mais neste quesito e começarmos a desenvolver um MBT próprio que atenda as necessidades do nosso EB.
Por outro lado é excelente termos 221 blindados 8×8 (que seja o Centauro II), os famosos caça-tanques, além de muitas armas anti-carro.
Os Leopard 1a5 são ótimos, mas já deram o que tinham que dar, nos serviram muito bem, agora está na hora de renovarmos a nossa frota de MBT. O Brasil é capaz sem sombra de dúvidas!!!
Pelo contrário, Griffon.
Mesmo que um novo carro de combate já esteja em pauta, o fato é que o processo de aquisição de um novo veículo, mesmo que iniciado imediatamente, somente nos proporcionaria um novo carro e dotação completa das unidades ao curso de vários anos; coisa pra lá de 2030.
E há ainda o principal fator: dinheiro. Renovar a força blindada é coisa pra lá do bilhão de dólares e, como você mesmo já mencionou, há outros programas em andamento. Logo, o investimento deve estar de acordo com o “cobertor” da força ao longo dos próximos anos…
A força blindada precisa ser atualizada de tempos em tempos, e o fato é que a idade do veículo e sua atual configuração já estão pesando demais… Daí que ao menos uma nova gama de sensores (visão termal, principalmente) precisa ser adquirida em curtíssimo espaço de tempo, de modo que a força blindada possa ser capaz de acompanhar os veículos ora em modernização e processo de aquisição.
Meu caro, as quantidades que você citou estão desatualizadas. O Cascavel modernizado envolverá de 98 À 201 viaturas. A quantidade final poderá ser qualquer número entre esses dois. A nova viatura de Cavalaria 8×8 prévia uma quantidade de 221 viaturas até 2026, mas foi modificado para 98 viaturas até 2038.
Além disso, viatura de combate de cavalaria, sobre rodas, NÃO É um MBT. Cada um tem suas missões e funções.
Haverá também alguma mudança na parte mecânica, como o motor? A mudança da torre e da possível melhoria na blindagem pode afetar o desempenho (Apesar que a torre da Leonardo ser bem mais leve que a atual torre do Léo…)?
Torre mais leve com menos proteção está fora dos planos ainda que com um canhão mais poderoso não será uma realidade no EB…
Excelente,ansioso pelo primeiro exemplar desta máquina modernizada.
Espero que a modernização seja boa, pois lembro da “modernização” que fizeram quando da transição do CC leve M41 Bulldog a gasolina e canhão 75 mm para VBC M41 “modernizada” com canhão 90 mm a diesel…os carros modernizados tiveram, na verdade sua originalidade “quebrada” e o que se via era um festival de eixo piloto quebrando, mangueiras de oleo estourando, varios problemas relacionados a compatibilidade caixa-motor etc…dos mais de trinta carros a OM nunca teve mais que 10 ou 12 operacionais…